O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso vai ser hoje indicado como novo curador da Fundação Champalimaud, que pretende fomentar as suas relações com os países de língua portuguesa, disse à agência Lusa fonte oficial da instituição.
"Foi uma honra para a Fundação o facto de Fernando Henrique Cardoso ter aceite o convite, o que também corresponde a uma ambição da Fundação de ter uma ligação ao Brasil, um país com grandes potencialidades de crescimento", acrescentou a mesma fonte.
Trata-se igualmente de uma forma de homenagear o fundador da instituição, António Champalimaud, que refez a sua vida no Brasil após o 25 de Abril de 1974.
A Fundação pretende que o convite a Fernando Henrique Cardoso seja um passo importante nas ligações com o Brasil, país com o qual quer passar a ter um relacionamento em áreas em que a instituição tem apostado, como a investigação em doenças da visão, neurociências e na luta contra o cancro.
O conselho de curadores, órgão consultivo para questões estratégicas, é integrado também por Simone Veil (ex-presidente do Parlamento Europeu), Mary Robinson (ex-presidente da Irlanda) e pelo neurocirurgião português António Damásio.
Na reunião de hoje do conselho de curadores da Fundação, James Watson, galardoado com o Nobel da Medicina em 1962, será oficialmente apresentado como presidente do conselho científico.
Baseado em trabalhos anteriores de Maurice Wilkins, Watson participou na descoberta da estrutura da molécula do ADN, em parceria com o biofísico britânico Francis Crick, feito que lhes valeu o Prémio Nobel da Medicina.
Entre 1951 e 1953 os dois investigadores trabalharam até conseguirem revelar a estrutura em dupla hélice da molécula do ADN (ácido desoxirribonucleico) e a sua constituição por quatro unidades químicas: adenina, timina, guanina e citosina.
James Watson nasceu em Chicago, estado norte-americano do Illinois, a 06 de Abril de 1928, e iniciou a sua formação aos 15 anos, na universidade da sua terra natal, tendo-se formado quatro anos mais tarde e graduado em Zoologia aos 22 anos.
A Fundação Champalimaud, presidida por Leonor Beleza, conta com um orçamento de 500 milhões de euros, verba legada por António Champalimaud aquando da sua morte para ser aplicada em investigação médica.