A fase de mitigação é a terceira e a mais grave fase de resposta à doença Covid-19, determinada pela Direção-Geral de Saúde. Entrou em vigor esta quinta-feira em Portugal e é ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
Portugal está agora na fase da mitigação da doença, o que significa que alcançamos o nível de alerta e resposta mais elevado, sendo a fase mais grave de contágio (que pode ser comunitário).
O plano da DGS prevê que, nesta fase, todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde sejam chamados a dar resposta. E que os hospitais do setor privado e social sejam envolvidos na fase de diagnóstico e na gestão de casos.
O plano da DGS prevê que, nesta fase, todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde sejam chamados a dar resposta. E que os hospitais do setor privado e social sejam envolvidos na fase de diagnóstico e na gestão de casos.
Em comunicado, a Direção-Geral da Saúde explicou que face ao início da transmissão local do novo coronavírus é necessário adaptar a abordagem clínica dos doentes com suspeita e infeção confirmada. Para isso, vão ser aplicadas medidas de mitigação que garantam a adequação e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.
A fase de mitigação, que sucede à fase de contenção alargada, envolve todo o sistema de saúde, público e privado. Nesse sentido, a preparação dos hospitais e centros de saúde está definida numa norma que estabelece o modelo de abordagem da pessoa com suspeita de infeção ou com infeção, durante a despistagem, o encaminhamento e o tratamento dos casos.
Esta é a fase três do plano de resposta ao novo coronavírus, antes da fase de recuperação e visa minimizar o número de vítimas até ser criada uma vacina ou um tratamento.
Em que consiste?
A resposta é focada na atenuação dos efeitos da doença e na diminuição
da sua propagação, minimizando nomeadamente a mortalidade associada.
As medidas de mitigação envolvem a implementação de Áreas Dedicadas para avaliação e tratamento de doentes com Covid-19.
A partir de agora, tem de haver uma Área Dedicada em cada Serviço de urgência e enfermarias dedicadas ao tratamento destes doentes nos hospitais.
Nesta fase de mitigação, os hospitais privados e do sector social, passam a poder também internar doentes infetados.
Também nos cuidados de saúde primários, tem de haver uma Área Dedicada em cada Agrupamento de Centros de Saúde e com um número adicional, conforme a densidade populacional, dispersão geográfica e evolução epidemiológica por zonas.
Estas Áreas devem, assim, garantir a efetiva separação dos doentes com suspeita e confirmação de infeção dos restantes utentes.
Estas Áreas devem, assim, garantir a efetiva separação dos doentes com suspeita e confirmação de infeção dos restantes utentes.
Além disso, todos os profissionais de saúde devem usar "de forma responsável" máscara cirúrgica quando estão em contacto direto com os doentes.
Nos hospitais com serviços de pediatria, "poderá ser adequado a reorganização dos serviços" para "dedicar unidades hospitalares exclusivamente ao tratamento de doentes com Covid-19 em idade pediátrica, após ser esgotada a capacidade de resposta dos hospitais de referência identificados para o tratamento dos doentes covid-19 em idade pediátrica".
Nesta fase, os doentes ligeiros ficam em casa, os moderados vão aos centros de saúde, os graves, mas não críticos, são encaminhados para os hospitais e os críticos são internados.
Quem faz os testes?
Segundo a DGS, têm de fazer testes de despistagem à Covid-19 as pessoas com suspeita de infeção, isto é, que apresentam sintomas como febre, tosse persistente ou tosse crónica agravada e dificuldade respiratória.
Contudo, em caso de não ser possível testar toda a gente com suspeita de covid-19, a DGS definiu uma cadeia prioritária: primeiro, são os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; terceiro, os profissionais de saúde com sintomas.
Seguem-se os doentes com comorbidades (como asmáticos, insuficientes cardíacos, diabéticos, doentes hepáticos ou renais crónicos, pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica e doentes com cancro) ou pessoas com imunidade mais frágil; e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como residentes em lares ou que estão em unidades de convalescença.
Por último, são testadas as pessoas que tiveram exposição ou contacto próximo com estes doentes.
Contudo, em caso de não ser possível testar toda a gente com suspeita de covid-19, a DGS definiu uma cadeia prioritária: primeiro, são os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; terceiro, os profissionais de saúde com sintomas.
Seguem-se os doentes com comorbidades (como asmáticos, insuficientes cardíacos, diabéticos, doentes hepáticos ou renais crónicos, pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica e doentes com cancro) ou pessoas com imunidade mais frágil; e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como residentes em lares ou que estão em unidades de convalescença.
Por último, são testadas as pessoas que tiveram exposição ou contacto próximo com estes doentes.
O que muda?
Nesta nova fase do combate à Covid-19, os centros de saúde e hospitais privados passam a estar também na linha da frente do combate à pandemia.
Com a entrada nesta fase mais crítica de propagação, os centros de Saúde vão ser mais solicitados, mas as pessoas não devem sair de casa sem um contacto telefónico prévio à Saúde 24.
Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, alerta para o facto de apenas os doentes referenciados deverem dirigir-se aos centros de saúde.
Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, alerta para o facto de apenas os doentes referenciados deverem dirigir-se aos centros de saúde.
Além disso, os centros de saúde passam a ter um papel no acompanhamento de casos suspeitos e cada agrupamento é obrigado a ter pelo menos um local específico para atender utentes com queixas respiratórias, associadas ao novo coronavírus.