Falta de professores. Governo avança com plano para acabar com períodos prolongados sem aulas
O Governo aprovou esta sexta-feira um plano para a Educação que visa resolver o problema da falta de professores e dos alunos sem aulas. O objetivo é acabar com os períodos prolongados sem aulas até ao final do ano letivo de 2024/2025. Além da simplificação do trabalho administrativo, as medidas passam pelo recrutamento de docentes aposentados com remuneração extra, flexibilização da gestão de horário e atribuição de um milhão de euros às escolas para que possam pagar horas extra aos professores.
A estratégia passa por “melhorar as condições de trabalho dos docentes”, “dar às escolas instrumentos que permitam aos diretores uma gestão de professores mais eficaz” e “criar incentivos para reter e atrair docentes para escolas com alunos sem aulas”.
Neste último ponto, o Governo propõe recrutar docentes aposentados dos grupos de recrutamento com o pagamento da devida compensação pelo índice 167. O Executivo quer também incentivar o prolongamento da vida ativa dos professores, fornecendo uma remuneração adicional de até 750€ mensais brutos para quem atingir a idade da reforma e queira continuar a dar aulas. No total, este pacote de medidas para a Educação tem um custo de 20 milhões de euros.
O Governo vai também lançar uma campanha se sensibilização para recuperar docentes que abandonaram a carreira e atrair mestres e doutorados para o exercício de funções docentes, "incentivando através de uma bolsa a qualificação profissional para a docência". Para os bolseiros de doutoramento, o Executivo vai permitir a acumulação de até dez horas.
O plano prevê também dar acesso à profissão a docentes e investigadores doutorados e simplificar os procedimentos conducentes ao reconhecimento de habilitações para a docência a professores imigrantes.
Um milhão de euros para pagar horas extras
A estratégia do Governo de Montenegro passa também por “simplificar o trabalho docente”. Para isso, o plano prevê o reforço de 140 técnicos superiores para dar apoio administrativo às direções de turma. Esta medida, para já, “é direcionada para as escolas que têm maior dificuldade em garantir a totalidade das aulas a funcionar”.
O Governo propõe também flexibilizar a gestão de horário para garantir que todos os alunos se encontram em aprendizagem. Para isso, a estratégia passa por desenhar os horários de forma a evitar a sobreposição de disciplinas críticas. De acordo com os dados do Governo, as disciplinas mais críticas são Informática, Português, Geografia e Matemática.
O Governo vai também passar a permitir a agregação de horários no mesmo ou em agrupamento distinto daquele onde o docente está colocado. Desta forma, os docentes com horário incompleto serão chamados a ensinar noutras escolas.
Segundo um levantamento do Ministério da Educação, é nas zonas de Lisboa e do Algarve que se concentram as escolas com mais problemas. Dos 163 agrupamentos escolares sinalizados como não tendo professores nos últimos três anos, 119 estão localizados na Área Metropolitana de Lisboa.