Médicos e enfermeiros iniciaram esta terça-feira uma greve de dois dias por melhores condições de trabalho. Milhares de cirurgias, consultas e exames podem ser adiados.
Do lado dos médicos, a greve foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que exige mudanças na grelha salarial com efeitos já no próximo ano e o regresso às 35 horas de trabalho semanais.
Em declarações à RTP, a presidente da FNAM disse que é preciso “uma negociação séria e não de fachada” e acusa o Governo de agravar ainda mais as condições de trabalho dos profissionais do SNS. Joana Bordalo e Sá disse ainda que quem assume uma posição de chefia no Ministério da Saúde tem de ter de mais competência. “Exigimos uma ministra da Saúde que perceba de saúde e que consiga servir o SNS”, afirmou.
Esta terça-feira haverá também uma manifestação de médicos em frente ao Ministério da Saúde, às 15h00.
Da parte dos enfermeiros, a greve foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que representa o maior número de profissionais e que não faz parte dos cinco sindicatos que esta segunda-feira chegaram a acordo com o Governo.
Em causa estão questões salariais e a categoria de enfermeiro especialista.
Em declarações à Antena 1, o dirigente Rui Marroni, garante que a greve é a única forma de alertar o Governo para os problemas sérios da profissão.
Rui Marroni diz que aguarda que o Governo agende uma reunião que chegou a estar prevista para 12 de setembro mas que foi adiada pelo Ministério por motivos de agenda, para conhecer que propostas lhe vão ser apresentadas.
Os enfermeiros marcaram para a manhã de quarta-feira uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
Em declarações aos jornalistas, a secretária de Estado da Saúde disse acreditar que o Governo vai chegar a acordo com os sindicatos dos médicos e enfermeiros “em breve”.