Os enfermeiros estão em greve. A paralisação, de 24 horas, começou às 8h00 desta segunda-feira e foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Enfermeiros, que acusa o Governo de falta de disponibilidade para negociar e reivindica aumentos salariais, além de uma reunião com Manuel Pizarro.
A principal questão em relação à questão salarial é o facto de os enfermeiros, apesar da progressão na carreira, terem “uma base salarial muito baixa, que precisa de ser revista. Para, a partir daí, todas as outras remunerações serem atualizadas”.
A sindicalista garante que os “cuidados mínimos estão assegurados, de qualquer maneira, claro que [a greve] tem algum impacto”. E espera uma boa adesão à paralisação que se vai sentir “mais nos ambulatórios, consultas externas e todos os outros tratamentos que não ponham em risco o doente”.
A representante admite que há um descontentamento geral no Serviço Nacional de Saúde que engloba médicos e enfermeiros. “Todas as classes profissionais do SNS têm um objetivo que é tratar doentes. Cada classe profissional segue o seu percurso. De qualquer forma, há uma grande insatisfação ao nível dos farmacêuticos, dos médicos dos enfermeiros de toda a classe profissional”.
Sobre as negociações com um governo em gestão, a representante do SNE frisou, “que todas as alturas são certas. A instabilidade existe. Nós tivemos a covid, agora temos duas guerras. Não podemos parar”.
Já Carlos Quintela, do mesmo sindicato, afirmou que a greve acontece “por falta de disponibilidade do ministro”. A paralisação acontece 180 dias depois de o SNE ter enviado um pedido para a reunião com o Ministério. “Estamos há 14 meses sem reunir com o ministro da Saúde, para realizarmos o acordo coletivo de trabalho global. Uma vez que somos a única profissão da saúde que não tem acordo coletivo assinado”, afirmou Carlos Quintela à RTP, na entrada do Hospital de São João, no Porto.
Segundo o sindicalista, “nesse acordo estão várias matérias que necessitam de ser revistas, nomeadamente a tabela salarial, a progressão na carreira”, entre outros aspetos.
A norte é esperada uma grande adesão, “principalmente a nível do bloco operatório, consulta externa e depois em serviços mínimos, no serviço de urgência, onde vai ter impacto especialmente no tempo de espera, que já por si são longos. Mas também no internamento”.