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"Está fora de questão". Lucília Gago exclui continuar em funções após mandato

por RTP
O mandato de Lucília Gago como procuradora-geral da República termina em outubro deste ano Miguel A. Lopes - Lusa

A procuradora-geral da República excluiu esta sexta-feira, pela primeira vez, permanecer em funções no termo do atual mandato. Lucília Gago afirmou que tem já “tempo e condições” para se jubilar e insistiu na ideia de que há “múltiplas forças” a visar o Ministério Público.

Foi ao final da manhã, à entrada para o segundo dia de trabalhos do XIII Congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, nos Açores, que Lucília Gago fechou a porta ao eventual prolongamento do seu percurso como procuradora-geral da República.

“De modo algum, está fora de questão. Não. Tenho tempo e condições para me jubilar”, acentuou a procuradora-geral da República em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, em resposta a questões sobre a disponibilidade para permanecer no cargo.

Quanto à sua intervenção na abertura do congresso, na quinta-feira, Lucília Gago retomou a ideia de ataques com origens internas e externas sobre o Ministério Público: “É uma evidência, é uma evidência que assim tem sido”.
A procuradora-geral referiu “múltiplas forças”, de “diversas origens, diversas proveniências”.

“O resultado é aquele a que todos assistimos e que dispensa, portanto, comentários. Está tudo no discurso”, insistiu.
O discurso da véspera
A procuradora-geral da República afirmara na quinta-feira que, “não obstante as investidas e os ataques”, cabia ao Ministério Público zelar pelo cumprimento da lei e manter-se imune a “quaisquer pressões ou ingerências, diretas ou indiretas”.Lucília Gago fez várias alusões às críticas dirigidas à Operação Influencer e à operação na Madeira, que, nas suas palavras, “visam descredibilizar as investigações e quem as dirige”.

Logo no início da intervenção, a procuradora-geral da República referiu-se à “incomum fertilidade de significantes eventos recentes - geradora de turbilhões de comentários, interrogações e interpelações - confunde alguns, atordoa outros, acentua o ruído e propicia a desesperança”.

“Somos confrontados e fustigados pelo novel questionamento sobre a adequação dos meios empregues e sobre os timings das diligências”, disse a responsável, para acrescentar que se pretendeu culpar a procuradora-geral da República e o Ministério Público como “os principais responsáveis das páginas mais negras da realidade judiciária”.

c/ Lusa
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