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Espaço público. "Mais informação, mas também mais ruído"

por José Manuel Rosendo

Foto: José Manuel Rosendo - Antena 1

Jorge Correia Jesuíno foi ministro da Comunicação Social nos III, IV e V Governos provisórios, com o primeiro-ministro Vasco Gonçalves. Agora com 85 anos, diz que não é um pessimista relativamente à nossa Comunicação Social. "Progrediu e continua a progredir", afirma.

O antigo ministro acrescenta que o espaço público - que era em grande parte dominado pela Comunicação Social - ficou perturbado com o surgimento das redes sociais e ainda não estabilizou, não sendo possível prever as consequências desta perturbação.

Apesar de tudo, considera que a comunicação social tradicional é o espaço onde reside a maior credibilidade. Em termos de informação, diz que as pessoas têm mais sinal (mais informação disponível e acessível), mas também existe mais ruído. Por agora, acrescenta, é difícil dizer qual está a ser predominante.

Quanto à rádio, Jorge Correia Jesuíno assume que a credibilidade reconhecida a este meio é um mistério, e tenta uma explicação: "A Rádio tem a vantagem de, ao prescindir da imagem, não prescindir da imaginação. O sentido do ouvido dá a ideia de que é um sentido mais intelectual do que o da visão".

Aquele que é um dos primeiros psicólogos sociais portugueses pensa que sociedade moderna enfrenta o grande problema da falta de confiança e considera que, sem confiança, as sociedades não sobrevivem.

O homem que teve nas mãos, enquanto ministro, o "Caso República", assume na entrevista dada ao jornalista José Manuel Rosendo, da Antena 1, que esse caso lhe deixou marcas e até um trauma, de tal modo que nunca mais assumiu funções políticas.

Admite que nos anos em que foi ministro - logo a seguir ao 25 de Abril de 1974 - tinha alguma ingenuidade e só muito recentemente voltou a falar sobre acontecimentos desse tempo.

Relativamente a Vasco Gonçalves, Jorge Correia Jesuíno assume grande admiração por um humanista.

Quanto a Rosa Coutinho, descreve-o como o homem que mais o marcou devido à inteligência, brilhantismo e modéstia. Sublinha que Rosa Coutinho era favorável ao MPLA, porque dizia que era o único movimento de libertação de “matriz portuguesa”, e não por ter ligação ou apoio da União Soviética.
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