As autoridades detiveram esta quarta-feira 35 suspeitos de envolvimento numa rede de escravatura laboral no Alentejo, no âmbito de uma investigação e 65 buscas.
Em causa estão suspeitas de crimes tráfico de seres humanos, associação criminosa e branqueamento de capitais. Entre os alegados crimes destaca-se a exploração de centenas de trabalhadores estrangeiros em campos agrícolas na região do Alentejo e no centro do país. Os suspeitos enriqueceriam com os ordenados das vítimas, pagos pelos empregadores.
Em comunicado, a PJ indicou que "levou a cabo no dia de hoje, no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP de Lisboa, uma vasta operação policial envolvendo cerca de 400 operacionais, em várias cidades e freguesias da região do Baixo Alentejo, tendo procedido ao cumprimento de sessenta e cinco Mandados de Busca domiciliária e não domiciliária, e à detenção fora de flagrante delito de trinta e cinco homens e mulheres".
Esta operação da Polícia Judiciária centrou-se principalmente no Alentejo, nomeadamente na zona de Beja e de Cuba, com vários inspetores. Os detidos já começaram a chegar à instalações da PJ, em Lisboa, e só deverão ser presentes a juiz na quinta-feira.
As vítimas também já começaram a ser ouvidas, apurou a RTP.
Os suspeitos, com idades compreendidas entre os 22 e os 58 anos de idade, são de nacionalidade estrangeira e portuguesa e "encontram-se fortemente indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, de tráfico de pessoas, de branqueamento de capitais, de falsificação de documentos, entre outros". Além disso, integram uma "estrutura criminosa dedicada à exploração do trabalho de cidadãos imigrantes, na sua maioria, aliciados nos seus países de origem, tais como, Roménia, Moldávia, Índia, Senegal, Paquistão, Marrocos, Argélia, entre outros, para virem trabalhar em explorações agrícolas naquela região do nosso país".
Esta operação, segundo a PJ, contou com a colaboração de várias entidades estatais e não estatais, quer em apoio logístico, quer no encaminhamento das vítimas. Segundo a mesma fonte, esta rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio.
Esta operação, segundo a PJ, contou com a colaboração de várias entidades estatais e não estatais, quer em apoio logístico, quer no encaminhamento das vítimas. Segundo a mesma fonte, esta rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio.
Através de um esquema, os suspeitos contariam com a colaboração de uma solicitadora da vila alentejana de Cuba, que ajudava na criação de empresas-fantasma e falsificação de documentos.
As alegadas vítimas são migrantes que entraram de forma ilegal em Portugal para trabalhar em explorações agrícolas. A rede manteria estes cidadãos estrangeiros num regime de escravidão, sem acesso a grande parte do salário, debaixo de ameaça de violência física e trabalhos forçados.
Nos países de origem, as vítimas seriam atraídas com a promessa de uma vida melhor em Portugal, com direito a casa, condições de trabalho e salários dignos. Mas tudo não passaria de uma armadilha de uma rede organizada, que funcionava a partir do distrito de Beja, com membros do leste da Europa, mas também da Índia, Paquistão ou Timor.
A investigação da PJ iniciou-se há cerca de um ano e teve como foco a angariação por esta rede criminosa de trabalhadores estrangeiros com a promessa de emprego e habitação.