André Ventura defendeu esta sexta-feira uma medida "ousada" que pretende "dar um estimulo aos jovens" portugueses e evitar que estes emigrem para países como a Alemanha, a Suíça e os Estados Unidos.
"Nós hoje temos um problema sério é que estamos a importar uma série de imigrantes, e os números não mentem: 1,6 milhões, o que é uma loucura para um país como o nosso, e estamos a deixar sair os nossos melhores e estamos a deixar sair os jovens”, considerou Ventura.
Questionado sobre como tenciona pagar esta medida, Ventura defendeu que a proposta do Chega não teria um grande impacto orçamental e que seria financiada através do “dinheiro desperdiçado na Saúde”, no valor de mil milhões de euros citando relatórios, sem especificar.
“São 0,3 por cento que em vez de usarmos em desperdício em vários Ministérios como temos tido até agora (como) desperdícios na saúde que chegue a mil milhões por ano”, afirmou. "Todos os anos nós temos em desperdício de meios, recursos, de dinheiro mal utilizado e claro de dinheiro posto ao bolso que essa é uma variante a ter sempre em conta em Portugal”, prosseguiu.
Em reação à apresentação do programa eleitoral da Coligação AD – PSD/CDS, Ventura acusou Luís Montenegro de estar desfasado da realidade e de ter apresentado um país em que “parece que estava tudo bem”. "Um primeiro-ministro que não vive no país onde está", considerou.
Questionado sobre a data de divulgação do programa do Chega, que ainda não foi apresentado, André Ventura disse que "seria apresentado nos próximos dias" e acusou os restantes partidos de “cópia sistemática do programa do Chega”.
"Nós hoje o que vemos é que o PS e PSD estão sistematicamente a ir à procura de propostas do Chega para as copiar", acusou, enumerando medidas nas pensões, imigração, segurança e nos salários.
A propósito da medida de aumento das pensões proposta no programa de 2024, André Ventura admitiu que "a subida das pensões é a mais custosa" e defendeu que “não podemos continuar com as pensões de miséria” que geram mais miséria no país.
Questionado como pensava fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o líder do Chega defendeu um suplemento salarial sólido para os profissionais de saúde, a contabilização das horas extra e ainda um sistema articulado entre o público e o privado. Sobre a Saúde, o presidente do Chega acusou Luís Montenegro de ter falhado tanto na como o antigo chefe de Governo socialista.
"O primeiro-ministro (Luís Montenegro) falhou tanto como falhou António Costa”, acusou.
Em relação às conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Caso das Gémeas luso-brasileiras, Ventura acusou o PS e o PSD de terem feito um acordo para branquearem a situação.
"Todos sabemos o que aconteceu houve uma interferência política evidente, da parte da Casa Civil da Presidência da República, houve uma interferência evidente de Lacerda Sales, antigo secretário de Estado, houve alguém que beneficiou de um medicamento que muitos não têm acesso (...) e no fim PS e PSD fizeram um acordo para branquear as coisas", acusou.
"A esquerda é o nosso adversário ideológico"
Questionado sobre quem era o principal adversário do Chega, o presidente do partido referiu que o Partido Socialista é o seu principal adversário ideológico, que disse querer "evitar que volte ao Governo a todo o custo", bem como o atual Governo de Luís Montenegro.
"O Governo de Montenegro por ter governado mal, ter permitido que o PS fosse o verdadeiro decisor em tanta coisa (...) e por ter permitido que um Governo caísse nestas circusntâncias, o primeiro-ministro tornou-se também um adversário", respondeu.
"Montenegro tem de clarificar suspeitas"
André Ventura disse querer acreditar que há uma explicação para as polémicas que envolvem o primeiro-ministro e acusa Luís Montenegro de não querer dar explicações ao país e de levantar ainda mais suspeitas por falta de transparência e ética.