Entrevista à RTP. Inês Sousa Real diz que é impossível o PAN entender-se com a AD e Chega
José Sena Goulão - Lusa
Inês Sousa Real rejeita entendimentos com a Aliança Democrática (AD) e com o Chega e admite entendimentos ao centro e à esquerda. Em entrevista ao jornalista Hugo Gilberto, na RTP, a líder do PAN afirmou que a entrada de Passos Coelho na campanha e a hipótese de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez reforçam as linhas vermelhas que separam o PAN do que descreveu como sendo a direita conservadora e extremista.
Sobre a questão do aborto, a jurista afirmou que o PAN rejeita a possibilidade de um novo referendo sobre esta matéria por ser contra os direitos humanos. “Nós não nos podemos esquecer que o direito à interrupção voluntária da gravidez não empurra nenhuma mulher para o aborto, nós estamos a falar de um direito fundamental à saúde”, afirmou.
A líder do PAN recordou que antes de ser aprovada a legislação que legalizou o aborto, “muitas mulheres morriam durante as intervenções porque o aborto era feito na clandestinidade”.
No dia em que o líder da AD, Luís Montenegro, foi atingido com tinta verde por um ativista climático durante a campanha eleitoral, Sousa Real disse que o PAN não concorda com a forma como os protestos ambientais estão a ser levados a cabo. Apesar de compreender a preocupação dos jovens ativistas relativamente à “fatura climática pesada que os governantes lhes estão a deixar”, a deputada sublinhou que não se revê nesta forma de atuar.
Ainda sobre a construção do novo aeroporto, Inês Sousa Real considera que a ferrovia devia estar à frente do aeroporto e afirmou que o que está atrasar o país é não haver uma aposta séria na ferrovia e na coesão territorial.
Esta é a segunda de uma série de entrevistas aos líderes partidários para ver nos próximos dias no Telejornal.