Entrevista à RTP. CDU exige aumento de 15 por cento de todos os salários

por RTP

Pedro A. Pina - RTP

Paulo Raimundo diz que a grande emergência nacional são os salários, pelo que exige um aumento de 15 por cento para todos os salários. Em entrevista ao jornalista Vítor Gonçalves, na RTP, o líder do PCP revelou que essa proposta custaria 15 mil milhões de euros ao Estado e às empresas.

Junto ao Templo romano de Évora, o secretário-geral do PCP afirmou que a coligação da CDU tem “condições de eleger em Évora” e descartou a narrativa de que o eleitorado do PCP na região tem escapado para o Chega, acusando o Partido Social Democrata (PSD) de alimentar essa ideia para “justificar as suas insuficiências”.

“Isso não tem nenhuma comprovação com o concreto”, disse Paulo Raimundo, que embora admita possa existir alguma freguesia em que isso possa acontecer, afirmou que “de um ponto de vista geral não é possível demonstrar”.

À frente da Coligação Democrática Unitária (CDU), entre o PCP e o Partido Ecologista “Os Verdes”, Paulo Raimundo garante que num cenário de governação do PS estará disposto a apoiar tudo o que for positivo e votar contra tudo o que for negativo, principio que não contraria caso a governação seja da AD.

“A nossa experiência demonstra ao longo dos tempos que nós não desperdiçamos nenhuma oportunidade, em nenhum momento exatamente para isso, para apoiar tudo o que é positivo e votar contra tudo o que é negativo”, explicou.

Sobre a questão da invasão da Ucrânia pela Rússia e o apoio do Partido Comunista Português (PCO) ao Kremlin, o líder comunista rejeitou ser um aliado objetivo da Rússia: “não há nada que nos aproxime ou que ligue às opções capitalistas do Governo russo”, afirmou.

E afirmou ainda a solidariedade com o povo ucraniano “nós estamos disponíveis, estamos comprometidos com o apoio do ponto de vista da infraestrutura com o povo ucraniano, solidários com o povo ucraniano”, apontando ser o único candidato às próximas eleições, do dia 10 de março, a ter visitado uma casa de dois refugiados ucranianos em Portugal e lhes ter prestado esse apoio.

Paulo Raimundo distanciou-se do posicionamento da guerra e criticou “a ousadia, irresponsabilidade, de quem acha que a solução para a guerra são mais armas e bombas”, defendendo “que é preciso encontrar soluções para a paz”. “O caminho não é esse (…) na Ucrânia e na Palestina”, reiterou.
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