Enfermeiros: caos está instalado nas urgências do hospital de S. José

por RTP

Os enfermeiros estão alarmados com a situação do serviço de urgência do hospital de S. José. Está a circular um abaixo assinado dos enfermeiros contra a falta de recursos humanos e materiais.

O que devia ser só uma passagem, é o pior corredor do S. José e já se tornou um sector num dos hospitais que recebe mais doentes no país. Nestas urgências perfilam-se 25 doentes. As imagens pretendem ser um grito de alerta, dado pela equipa de enfermeiros deste serviço.

São 50 profissionais sem mãos a medir nem quem os ouça. Denunciam, através de fotografias, a situação de doentes com cuidados de higiene sem privacidade nem conforto, a permanecer dias num corredor por falta de lugar nos serviços de internamento.

Hugo silva entrou hoje nas urgências com uma dor nas costas, permaneceu quatro horas em exames e conta o que viu. Mas valeu a pena esperar: o atendimento foi muito bom, houve um esforço para atender da melhor forma.

Os enfermeiros não querem dar a cara mas denunciam a situação no abaixo assinado que hoje começou a circular.

Segundo Sérgio Branco, da Ordem dos Enfermeiros, não existe um número de enfermeiros adequado às reais necessidades da população, que acorre aos serviços de urgência.

Fala-se em atentados à dignidade da pessoa que acorre ao serviço de urgência. Há uma acumular de gente, um afluxo enorme ao serviço de urgência, e não existe capacidade de internamento.

A RTP tentou obter esclarecimentos junto à Administração deste hospital, sem obter resposta. Mas justifica com um acontecimento pontual o caos descrito por enfermeiros no serviço de urgências, argumentando ser a segunda-feira - por tradição - um período de elevada afluência à Urgência Geral e que, por receber um elevado número de utentes, teve necessidade de dar resposta a vários casos de elevada complexidade.

Os enfermeiros chamam-lhe antes um falso argumento e explicam que o número de permanências na urgência aumentou por ausência de vagas no internamento após fecho de serviços.

Até à data, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central não tem conhecimento, da existência de qualquer abaixo assinado.
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