Os enfermeiros estão alarmados com a situação do serviço de urgência do hospital de S. José. Está a circular um abaixo assinado dos enfermeiros contra a falta de recursos humanos e materiais.
São 50 profissionais sem mãos a medir nem quem os ouça. Denunciam, através de fotografias, a situação de doentes com cuidados de higiene sem privacidade nem conforto, a permanecer dias num corredor por falta de lugar nos serviços de internamento.
Hugo silva entrou hoje nas urgências com uma dor nas costas, permaneceu quatro horas em exames e conta o que viu. Mas valeu a pena esperar: o atendimento foi muito bom, houve um esforço para atender da melhor forma.
Os enfermeiros não querem dar a cara mas denunciam a situação no abaixo assinado que hoje começou a circular.
Segundo Sérgio Branco, da Ordem dos Enfermeiros, não existe um número de enfermeiros adequado às reais necessidades da população, que acorre aos serviços de urgência.
Fala-se em atentados à dignidade da pessoa que acorre ao serviço de urgência. Há uma acumular de gente, um afluxo enorme ao serviço de urgência, e não existe capacidade de internamento.
A RTP tentou obter esclarecimentos junto à Administração deste hospital, sem obter resposta. Mas justifica com um acontecimento pontual o caos descrito por enfermeiros no serviço de urgências, argumentando ser a segunda-feira - por tradição - um período de elevada afluência à Urgência Geral e que, por receber um elevado número de utentes, teve necessidade de dar resposta a vários casos de elevada complexidade.
Os enfermeiros chamam-lhe antes um falso argumento e explicam que o número de permanências na urgência aumentou por ausência de vagas no internamento após fecho de serviços.
Até à data, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central não tem conhecimento, da existência de qualquer abaixo assinado.