As eleições intercalares para presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) de Lisboa foram convocadas para 10 de janeiro do próximo ano, decidiu hoje por unanimidade a comissão política daquela estrutura partidária.
Segundo informação adiantada à Lusa por fonte oficial, esta deliberação foi hoje tomada na reunião da comissão política da FAUL de Lisboa, tendo sido aprovada por todos os presentes.
Estas eleições intercalares vão decorrer na sequência da demissão de Ricardo Leão de presidente da FAUL.
As candidaturas terão que ser apresentadas até 27 de dezembro deste ano, dia definido como limite para pagamento de quotas.
Foi ainda eleita uma comissão técnica eleitoral para organização desta eleição.
A semana passada, Ricardo Leão justificou a decisão com a necessidade de evitar que o partido seja prejudicado pela polémica suscitada pela aprovação de uma recomendação do Chega na autarquia relacionada com despejos em habitações municipais.
Um dia depois, o ex-secretário de Estado Miguel Prata Roque anunciou que se vai candidatar à presidência FAUL do PS.
Segundo adiantado nesse dia pela TSF, o gestor Pedro Pinto de Jesus, atual presidente interino da federação, também deverá disputar esta eleição para a FAUL.
A demissão aconteceu no dia em que o anterior secretário-geral do PS, António Costa, assinou um artigo no jornal Público, conjuntamente com os socialistas Pedro Silva Pereira e José Leitão, a demarcar-se da posição de Ricardo Leão.
Ainda antes desta demissão e na primeira reação a esta polémica, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, demarcou-se das declarações de Ricardo Leão e sublinhou que todos os eleitos do PS estão comprometidos com a lei, considerando que um momento menos bom do presidente da Câmara de Loures não o define.
O autarca socialista defendeu, numa reunião pública em 30 de outubro, o despejo de inquilinos em habitações municipais envolvidos nos distúrbios após a morte do cabo-verdiano Odair Moniz, baleado por um agente da PSP. PS e PSD aprovaram uma recomendação do Chega nesse sentido.
"É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final parágrafo", afirmou então o autarca socialista.
No dia seguinte, Ricardo Leão esclareceu que só defende o despejo de inquilinos de habitações municipais que tenham sido condenados e o caso transitado em julgado, assegurando que o município "irá sempre cumprir a lei".