A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou hoje no Parlamento que a política dos estágios pedagógicos de candidatos a professores tem que ser repensada, porque as universidades estão a formar docentes em excesso.
Apesar do PSD ter pedido hoje a suspensão do fim das remunerações dos estágios pedagógicos, Maria de Lurdes Rodrigues garantiu que a medida do Ministério da Educação (ME) é para entrar em vigor depois do Verão, no próximo ano lectivo.
Os candidatos a docentes, que se licenciaram no ramo de formação educacional, deixarão, assim, de ser remunerados no ano de estágio e não lhes é atribuída a responsabilidade de turmas.
Com esta medida, a ministra da Educação prevê poupar anualmente 50 milhões de euros, com a garantia de que esta verba será aplicada noutras áreas da Educação.
A pedido do Bloco de Esquerda, a ministra esteve hoje na comissão de Educação, Ciência e Cultura, acompanhada dos dois secretários de Estado, para explicar as alterações de modelo de estágios profissionais dos docentes.
Na comissão, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que o fim dos estágios remunerados é apenas "um nó de perversidade que fica resolvido, porque todo o modelo (dos estágios pedagógicos) deve ser repensado".
"Esta é uma medida urgente que já devia ter sido tomada há mais tempo e não estão em causa apenas razões economicistas", referiu a responsável perante os deputados, alertando para os milhares de candidatos a professores que são "atraídos" para a docência e que acabam no desemprego.
"Em 2004, no último concurso de professores, 16 mil candidatos à docência ficaram excluídos", exemplificou Maria de Lurdes Rodrigues, para justificar que, nos últimos anos, "a necessidade de professores estabilizou" e "o número de alunos diminuiu".
Todos os partidos da oposição criticaram o momento de apresentação desta medida, numa altura em que as universidades, professores e alunos finalistas escolhem as escolas para estágio, com o PSD a pedir mesmo a suspensão para melhor reflexão.