Dísticos verdes disparam 66% em Lisboa e pressionam estacionamento, avisa EMEL
A Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa atribuiu mais de 30 mil dísticos verdes no ano passado, um crescimento de 66% em relação a 2023 que representaria um "valor importante" de quase 3,7 milhões de euros.
No relatório de contas de 2024 a que a Antena 1 teve acesso, a EMEL apresenta, desde 2018, o crescimento da concessão de dísticos verdes - autorizações gratuitas de estacionamento para veículos 100% elétricos, válidas em qualquer zona de Lisboa e sem limite de tempo.
Até 2020 as subidas foram mais suaves – 2018 (2.479 dísticos verdes), 2019 (4.088), 2020 (4.655) - e o número começou a crescer mais até 2023 – em 2021 foram 7.793 dísticos verde, em 2022 foram 11.869 e em 2023 foram 18.247.
"Se forem retirados os veículos com outros tipos de dístico, ou seja, se a presença de dísticos verdes for comparada com a de veículos em rotação, percebe-se que a presença de dísticos verdes equivale a 10% da rotação na coroa verde e a 19% nos eixos castanhos", conclui a EMEL no relatório.
Até 2020 as subidas foram mais suaves – 2018 (2.479 dísticos verdes), 2019 (4.088), 2020 (4.655) - e o número começou a crescer mais até 2023 – em 2021 foram 7.793 dísticos verde, em 2022 foram 11.869 e em 2023 foram 18.247.
De 2023 para 2024, o número disparou 66%, chegando aos 30.272 dísticos verdes. A empresa fala de um “incentivo muito eficaz”, mas quis perceber os possíveis impactos deste crescimento.
Limites à rotação e proteção dos residentes
Na avaliação feita, é visto que existe uma maior presença dos veículos elétricos em zonas com tarifas de estacionamento mais elevadas.
Na avaliação feita, é visto que existe uma maior presença dos veículos elétricos em zonas com tarifas de estacionamento mais elevadas.
Existem quatro tarifários em Lisboa: a tarifa verde (0,80€/hora, a mais barata), a amarela, a vermelha e a castanha (2€/hora, a mais cara). As zonas são aplicadas conforme a procura que existe.
O objetivo é promover a rotatividade nos lugares - nas zonas vermelha e castanha, os carros podem ficar estacionados duas horas, enquanto nas restantes podem ficar quatro horas.
"Se forem retirados os veículos com outros tipos de dístico, ou seja, se a presença de dísticos verdes for comparada com a de veículos em rotação, percebe-se que a presença de dísticos verdes equivale a 10% da rotação na coroa verde e a 19% nos eixos castanhos", conclui a EMEL no relatório.
Perante esta questão, a empresa escreve que o "crescimento tão rápido do número de veículos sem qualquer estímulo à rotação acabará por impor limites à definição de outras estratégias", como a "promoção da rotação" e a "proteção das necessidades dos residentes”.
Seis em cada dez dísticos verdes são veículos de fora do concelho de Lisboa - 47% são de munícipios da Área Metropolitana de Lisboa, 39% de Lisboa e 13% de outros concelhos.
A EMEL não explica, para já, o que fazer perante o crescimento dos dísticos verdes.
Sobre a Gira, a rede municipal de bicicletas, é destacado que no ano passado voltou a ser atingido um recorde de viagens: foram ultrapassadas 2,8 milhões de viagens, apesar dos problemas que a aplicação tem registado e que a Antena 1 já noticiou.
A rede de estações cresceu de 2023 para 2024, de 152 para 174. Entre 2.040 bicicletas da rede, a média de bicicletas disponíveis no final do ano foi de 1.488.
Autocarros da Carris na velocidade mais baixa de sempre
Este relatório da EMEL foi aprovado na segunda-feira em reunião da Câmara Municipal de Lisboa, tal como o relatório do ano passado da Carris.
Foi divulgado na terça-feira pelo jornal Público que os autocarros da Carris atingiram, em 2024, a mais baixa velocidade média de sempre: 13,71 quilómetros por hora. A informação foi confirmada pela Antena 1, que teve ontem acesso ao relatório.
A transportadora fala das condições cada vez mais difíceis na circulação, por causa de obras, interrupções na estrada ou estacionamento indevido. Desde 2018 que a Carros não registava tantas ocorrências de estacionamento ilegal.
A transportadora fala das condições cada vez mais difíceis na circulação, por causa de obras, interrupções na estrada ou estacionamento indevido. Desde 2018 que a Carros não registava tantas ocorrências de estacionamento ilegal.