Dezenas de pessoas distribuem cravos a imigrantes no centro de Lisboa

por RTP
Foto: Tiago Petinga - Lusa

Algumas dezenas de pessoas juntaram-se este sábado, uma concentração que acontece dois dias depois da ação policial levada a cabo nesta zona da cidade de Lisboa. Os partidos da esquerda marcaram presença e acusaram o Governo e a PSP de ter agido de forma desproporcional e discriminatória.

Cidadãos, políticos e ativistas de grupos como o SOS Racismo passaram pela Rua do Benformoso, no Martim Moniz. Foram distribuídos cravos pelos imigrantes que trabalham e vivem nesta rua, oriundos sobretudo do subcontinente asiático.
Esta ação foi convocada em reação à operação policial desencadeada na última quinta-feira que foi condenada por partidos políticos e organizações de defesa dos Direitos Humanos.

Nesta concentração marcaram presença representantes do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre.

Isabel Moreira, deputada do PS, denuncia esta operação "feita contra imigrantes pobres que trabalham muito, que têm uma determinada cor". A forma como foram revistadas "indiscriminadamente" é algo "que não pode acontecer num Estado de Direito".

Por sua vez, a coordenadora do Bloco de Esquerda acusa o Governo de "atacar pessoas que estão numa enorme fragilidade" e rejeita que os imigrantes vivam em Portugal "com medo de ações de caráter racista e xenófobo" ou "exageros de violência desproporcional por parte da polícia".

Rui Tavares, porta-voz do Livre, sublinhou que a ação policial em causa aparentou ter sido "completamente desproporcionada" perante os "resultados parquíssimos e misérrimos" da mesma.

O PCP, representando pelo vereador da Câmara de Lisboa e ex-eurodeputado João Ferreira, assinalou que esta ação foi justificada como algo que iria "incrementar o sentimento de segurança das populações", mas que "acaba por ter o efeito exatamente oposto".

Na operação policial de quinta-feira, dezenas de pessoas foram encostadas à parede de mãos ao ar para serem revistadas. Essa ação resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.
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