A Polícia Marítima e a Polícia Judiciária detiveram, ao largo do Algarve, dois clandestinos a bordo de um navio mercante com pavilhão português. Terão assumido comportamentos ameaçadores ao serem detetados pela tripulação. Os homens indocumentados, de 23 e 24 anos, vão ser agora ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal de Faro.
“Desde que foram detetados, demonstraram uma atitude não colaborante com o capitão do navio, passando a assumir comportamentos ameaçadores contra a tripulação do navio de bandeira portuguesa”, acentuou.Face a alegadas “ameaças graves”, o capitão do navio Vestvind lançou vários pedidos de socorro durante a viagem até à costa do Algarve.
A Polícia Judiciária, indicou ainda o porta-voz da Marinha, procedeu a “um vasto conjunto de atos de recolha de prova” no navio mercante, “fundamentando a indicação da prática de crimes de atentado à segurança de transporte por água, introdução ilegal em lugar vedado ao público e ameaça agravada, permanente e ilegal em território nacional”. Por sua vez, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, explicou que, "face à recusa" de outros países em responder aos pedidos de ajuda do capitão do navio mercante, foi decidida a intervenção das autoridades portuguesas.
Em comunicado, a Autoridade Marítima Nacional revela que a abordagem envolveu "um navio da Marinha Portuguesa e o Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima", articulado "com a Unidade Nacional Contra-Terrorismo da Polícia Judiciária".
"No percurso marítimo entre a Turquia e as águas territoriais portuguesas, o comandante do navio solicitou sucessivos pedidos de apoio e assistência, para proceder ao desembarque dos dois clandestinos, diligências que, apesar de insistentes não obtiveram acolhimento de diferentes países", lê-se na mesma nota.