Despesas hospitalares com medicamentos aumentaram para 1141 milhões em 2017

por RTP
Russell Boyce - Reuters

A despesa com medicamentos nos hospitais públicos tem estado a aumentar desde 2015, ano da saída da troika. Em 2017 a fatura ascendeu a 1141 milhões de euros, mais 59 milhões que no ano anterior. Os fármacos para o cancro e VIH representam 44 por cento do total dos gastos.

Segundo o Jornal de Notícias, que cita um relatório do Infarmed, “os primeiros meses de 2018 já deixam antever nova escalada (mais 30 milhões face ao período homólogo)”. Oncologia, artrite reumatoide, psoríase e paramiloidose são as doenças que provocam um maior aumento na despesa com medicamentos.

Dos 1141 milhões de euros gastos com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, 45 por cento é absorvida pelos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo. A região norte tem um peso de 32 por cento, o centro 17 por cento. Já o Alentejo e Algarve representa cerca de três por cento cada.

O relatório do Infarmed revela ainda que foi a região Norte que deu o maior contributo para o aumento da despesa, com mais 20 milhões. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com mais 20 milhões.

Nos centros hospitalares de São João no Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central a fatura com medicamentos aumentou 23 milhões de euros face a 2016, “totalizando mais de 600 milhões de euros”.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, é o que mais gasta com medicamentos (155,5 milhões).A despesa com os medicamentos para a Hepatite C não está incluída no relatório.

O jornal avança ainda que foi nos IPO (Lisboa, Porto e Coimbra) que se registou um maior aumento da despesa em termos percentuais (12,6 por cento). Este valor está relacionado com o custo dos novos fármacos para o tratamento de doenças oncológicas.

Os fármacos com indicação oncológica custaram, durante o ano de 2017, 284 milhões de euros, mais 13,7 por cento do que no período homólogo.

Por outro lado, a despesa com medicamentos para o tratamento do vírus da imunodeficiência humana (VIH), baixou 12,3 milhões de euros, para um total de 215 milhões.

Os medicamentos para a artrite reumatoide e a psoríase, doenças crónicas com tratamentos cada vez mais dispendiosos, representam uma fatura de 120 milhões de euros.

A despesa com medicamentos órfãos também registou uma subida, em 2017 a fatura foi de 102 milhões de euros, mais 19 milhões do que em 2016.
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