A despesa com medicamentos nos hospitais públicos tem estado a aumentar desde 2015, ano da saída da troika. Em 2017 a fatura ascendeu a 1141 milhões de euros, mais 59 milhões que no ano anterior. Os fármacos para o cancro e VIH representam 44 por cento do total dos gastos.
Dos 1141 milhões de euros gastos com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, 45 por cento é absorvida pelos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo. A região norte tem um peso de 32 por cento, o centro 17 por cento. Já o Alentejo e Algarve representa cerca de três por cento cada.
O relatório do Infarmed revela ainda que foi a região Norte que deu o maior contributo para o aumento da despesa, com mais 20 milhões. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com mais 20 milhões.
Nos centros hospitalares de São João no Porto, Universitário de Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central a fatura com medicamentos aumentou 23 milhões de euros face a 2016, “totalizando mais de 600 milhões de euros”.
O Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, é o que mais gasta com medicamentos (155,5 milhões).A despesa com os medicamentos para a Hepatite C não está incluída no relatório.
O jornal avança ainda que foi nos IPO (Lisboa, Porto e Coimbra) que se registou um maior aumento da despesa em termos percentuais (12,6 por cento). Este valor está relacionado com o custo dos novos fármacos para o tratamento de doenças oncológicas.
Os fármacos com indicação oncológica custaram, durante o ano de 2017, 284 milhões de euros, mais 13,7 por cento do que no período homólogo.
Por outro lado, a despesa com medicamentos para o tratamento do vírus da imunodeficiência humana (VIH), baixou 12,3 milhões de euros, para um total de 215 milhões.
Os medicamentos para a artrite reumatoide e a psoríase, doenças crónicas com tratamentos cada vez mais dispendiosos, representam uma fatura de 120 milhões de euros.
A despesa com medicamentos órfãos também registou uma subida, em 2017 a fatura foi de 102 milhões de euros, mais 19 milhões do que em 2016.