Foto: Hugo Correia, Reuters
As obrigações foram declaradas extintas em 2016 e o Novo Banco só informou a justiça este ano. O Ministério Público está a investigar a situação.
Eram titutos obrigacionistas apreendidos pela justiça no caso BES e estavam sob custodia do Novo Banco.
Num despacho a que o jornal Observador teve acesso, o juiz titular do processo diz que nunca viu nada assim: "Em 15 anos, nunca me tinha sido dado a conhecer que, após uma apreensão, o que estava à guarda do fiel depositário fosse movimentado sem conhecimento do tribunal."
Os titulos foram declarados extintos em 2016, mas o Novo Banco só informou a justiça em novembro deste ano. Ou seja: as obrigações foram trocadas por outras há três anos, sem que o tribunal soubesse.
O juiz ordenou ao Novo Banco o depósito de uma caução de 60 milhões de euros para repor o valor total das obrigações perdidas.
O banco vai contestar esta decisão junto do Tribunal da Relação de Lisboa considera que não tem responsabilidade: "A atuação do banco é apenas de mero custodiante, pelo que é totalmente alheio".
O Ministério Público já abriu uma investigação e de imediato foram feitas buscas no Novo Banco.
A justiça perdeu ao rasto a 60 milhões de euros e procura agora apurar as responsabilidades.