Depressão Martinho. Muitos estragos a dificultar a vida na Grande Lisboa

por Cristina Santos - RTP
Rodrigo Lobo - RTP

Entre as 0h00 e as 7h00 desta quinta-feira foram contabilizadas "4.214 ocorrências, das quais 2.314 quedas de árvores, 1.169 quedas de estruturas, 643 limpezas de via, 45 movimentos massa e 38 inundações", conta José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

As regiões mais afetadas foram a Sub-Região da Grande Lisboa, com 1.452 ocorrências, a Península de Setúbal, com 456, e a Sub-Região do Oeste com 329. Foram mobilizados 14.560 operacionais, com o apoio de 4.901 meios terrestres.

Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, fez, pelas 10h00, um balanço da situação e deu conta de pelo menos seis pessoas que ficaram feridas durante a noite. No centro de Lisboa, junto ao Hotel Sheraton, alguns sinais da passagem da depressão Martinho.


Foto: João Ricardo Vasconcelos - RTP

Outro vestígio da depressão, ainda em Lisboa, parte da fachada de prédio da KPMG e PLMJ ao lado do Hotel Sheraton muito danificada. No local, está a polícia e trabalhadores a limpar a via.


Foto: João Ricardo Vasconcelos - RTP
 

Pelas 8h00, a reportagem da RTP3 fez um ponto da situação. Ao início da manhã, os comboios não circulavam na linha de Cascais por causa da queda de uma árvore numa catenária, segundo a Proteção Civil. A catenaria caiu em cima de um comboio que circulava e provocou ferimentos ligeiros no maquinista.

A circulação de comboios da Fertagus, na Ponte 25 de abril, já foi retomada. A circulação do comboio nesta estrutura esteve suspensa entre a estação de Coina e Roma-Areeiro - foi retomada pelas 7h25, mas com "atrasos significativos”. A circulação esteve suspensa devido às condições climatéricas e a problemas com uma catenária.Durante a madrugada, o comboio com partida de Roma-Areeiro, à 1h23, fico retido em Campolide devido aos ventos superiores a 90 quilómetros por hora.

De acordo com a ANEPC, as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama estão com velocidades limitadas.

"A Ponte 25 de Abril está com velocidade máxima de 60 quilómetros por hora e a Vasco da Gama 80. Estamos a desaconselhar a circulação naquelas pontes de veículos pesados com lona e motociclos", refere a ANEPC. A CP – Comboios de Portugal conta que, para além da circulação suspensa na Linha de Cascais, os comboios também não circulam na Linha do Douro, entre Régua e Marco de Canaveses, e na Linha da Beira Alta, entre a Guarda e Celorico.

Os efeitos da passagem da depressão Martinho causaram ainda constrangimentos na circulação ferroviária na linha do Sado, que pelas 7h50 se fazia apenas entre Praias do Sado e Pinhal Novo, e no Ramal de Tomar, onde se faz apenas a partir do Entroncamento.

Os constrangimentos estendem-se à circulação ferroviária na linha do Oeste, que está condicionada devido a quedas de árvores e chapas entre as Caldas da Rainha e Leiria, e à linha do Norte, condicionando a circulação de comboios entre a Bobadela e Alverca.

A rede elétrica de 82 mil clientes da E-Redes estava (às 7h30) com grandes constrangimentos. A empresa do grupo EDP conta que os distritos de Leiria, Coimbra e Viana do Castelo são os mais afetados.

De acordo com a empresa, a situação pior ocorreu pela 1h00, quando 185 mil clientes ficaram com perturbações no fornecimento de energia.

"A esta hora (8h00) estamos com a rede mais estabilizada, face ao período noturno, mas ainda não conseguimos prever quando ocorrerá a reposição integral, algo que acompanharemos e informaremos melhor ao longo dia", indicou a E-Redes.

Na Lourinhã, 13 pessoas ficaram desalojadas por causa dos estragos no telhado de uma habitação.
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