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Depressão Martinho. Mau tempo perdura em Portugal continental até sábado

por Carlos Santos Neves - RTP
Dezenas de automóveis ficaram danificados Sara Piteira - RTP

A chuva provocada pela depressão Martinho deve continuar até sábado. Ao início da manhã desta sexta-feira, quase todo o país estava sob aviso amarelo de precipitação, vento e agitação marítima. A intempérie deixou pelo menos 28 pessoas desalojadas e fez seis feridos.

Viseu, Porto, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Leiria, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga encontram-se debaixo de aviso amarelo até às 6h00 de sábado devido à previsão de aguaceiros por vezes fortes, ocasionalmente sob a forma de granizo e acompanhados de trovoadas.

Também os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob aviso amarelo até às 12h00 de sábado devido ao vento sudoeste com rajadas até 80 quilómetros por hora.Dezassete barras marítimas de Portugal continental estão encerradas à navegação. As barras de Aveiro, Figueira da Foz, Viana do Castelo e Portimão estão condicionada, de acordo com a Autoridade Marítima Nacional.


A previsão de agitação marítima dita aviso laranja para os distritos do Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga entre as 0h00 de sábado e as 0h00 de domingo. Passará, depois, a amarelo.

O mesmo acontece nos distritos de Faro, Setúbal e Beja até às 6h00 de domingo por causa da agitação marítima.

Ao início da madrugada havia registo de cerca de 8.600 ocorrências
, a maior parte relacionada com a queda de árvores e inundações – mais de 4.600 árvores foram derrubadas pelo vento e dezenas de automóveis ficaram danificados.

A região da Grande Lisboa foi a mais afetada pela depressão Martinho, sobretudo na noite de quarta para quinta-feira. A rajada de vento mais forte foi registada no Cabo da Roca - atingiu os 169 quilómetros. Em Lisboa, as rajadas chegaram aos 100 quilómetros.A circulação na linha ferroviária de Cascais esteve suspensa na quinta-feira. Houve igualmente condicionamentos nas linhas do Douro, Beira Alta, Vouga e Oeste, assim como em várias estradas por todo o país.


Os distritos de Setúbal, Porto e Coimbra foram também atingidos pelos efeitos da intempérie.

A autarquia de Loures ativou mesmo o Plano de Emergência Municipal de Proteção Civil, que contempla um milhão de euros para custear despesas urgentes, empreitadas e aquisições de serviços e visa, em particular, o aluguer de maquinaria para a remoção de destroços. O concelho teve mais de meio milhar de ocorrências por causa do mau tempo.Os distritos de Castelo Branco e Guarda estavam esta manhã em alerta laranja por causa da neve. Só Bragança, Santarém, Portalegre, Évora e Beja escapavam.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o risco mais pronunciado, até sábado, decorre da possível subida dos caudais dos rios Tejo, Mondego e Guadiana. "Não se descarta a possibilidade de fenómenos de vento extremo, especialmente na zona litoral, na zona centro e sul do país, episódios como vimos ontem à noite de intensificação repentina do vento", indicava na quinta-feira Alexandre Penha, comandante adjunto de Operações da Proteção Civil.

O meteorologista Bruno Café, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, avançou na edição desta sexta-feira do Bom Dia Portugal com as previsões para o fim de semana, confirmando a expectativa de desagravamento a partir de sábado. "Esta situação mantém-se até à primeira parte de sábado, depois poderá haver alguma melhoria gradual, embora mantendo ainda alguma precipitação durante o resto de sábado e domingo", explicou.

À margem da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, o primeiro-ministro quis garantir, na quinta-feira, que foram adotadas as medidas preventivas possíveis. Luís Montenegro assinalou ainda que será agora tempo de apurar os prejuízos.

Milhares de pessoas permaneciam, ao final do dia de quinta-feira, sem energia elétrica.

c/ Lusa
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