Defesa de Vasco Brazão considera que denúncia é manobra que não intimida
Ricardo Sá Fernandes, o advogado de defesa de Vasco Brazão, considera que a denúncia sobre o arrendamento de uma casa das Forças Armadas a turistas serve apenas para tentar descredibilizar o major na investigação ao furto de material militar em Tancos. No entanto, o advogado garante que a estratégia não vai conseguir intimidar Vasco Brazão.
O oficial de cavalaria foi detido há uma semana, à chegada a Lisboa, para ser ouvido no âmbito do processo.
Nas declarações ao juiz, Vasco Brazão terá confirmado a operação forjada e argumentado que o ministro da Defesa tinha sido informado sobre a operação em novembro passado, de acordo com o jornal Expresso.
Esta segunda-feira surgiu a informação de que o antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar pediu para ser ouvido novamente por um juiz.
O advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes adiantou à Lusa que este pedido ao juiz de instrução criminal de Lisboa surge na sequência de notícias de que este tinha dado conhecimento ao ministro da Defesa da encenação montada para a recuperação das armas.
O advogado disse que o seu constituinte vai entregar documentação ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Na quinta-feira, em Bruxelas, o ministro da Defesa Nacional negou "categoricamente" que "tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo".
Vasco Brazão, sujeito à medida de coação de permanência na residência sem vigilância eletrónica, é um dos nove arguidos da operação Húbris.
Em 25 de setembro, a Polícia Judiciária deteve o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil, que estão em prisão preventiva, e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.
Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".