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"Declarações caluniosas". Sindicato apresenta queixa-crime contra MAI e Costa

por RTP
O advogado do Sindicato Nacional da Polícia, Alexandre Zagalo, ao lado do presidente da mesma estrutura sindical, Armando Ferreira, durante a conferência imprensa desta quinta-feira. Foto: Manuel de Almeida - Lusa

O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) vai avançar com uma queixa-crime contra as "declarações caluniosas" do ministro da Administração Interna e do primeiro-ministro. Os dois governantes acusaram o responsável de apelar ao boicote às eleições legislativas.

O advogado do sindicato, Alexandre Zagalo esclareceu esta quinta-feira que a estrutura sindical vai avançar com a ação judicial contra várias pessoas, incluindo comentadores televisivos, o ministro da Administração Interna e o próprio primeiro-ministro.

Questionado sobre o fundamento desta queixa-crime, o advogado diz que há "falsidade de ameaça" e que o sindicato e o seu presidente pretendem defender a sua honra nos tribunais.
Em causa está a interpretação que fizeram das declarações do presidente do Sinapol, Armando Ferreira, e a associação do sindicato a movimentos extremistas.
Ministro "atirou a primeira pedra"

O advogado salientou, em conferência de imprensa, que o sindicato e o presidente "têm sido apedrejados na praça pública" e foi o ministro da Administração Interna quem "atirou a primeira pedra".

Ao interpretar as palavras do presidente do Sinapol não como polícia, mas como presidente do sindicato, colocou em causa o "direito constitucional do livre exercício da atividade sindical", referiu o advogado.

No último domingo, o ministro da Administração Interna anunciou a abertura de um inquérito na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre as declarações de Armando Ferreira sobre a atividade da PSP nos próximos atos eleitorais.

Em entrevista à SIC Notícias, o presidente do sindicato tinha alertado que as eleições legislativas poderiam estar em risco, uma vez que são os polícias que transportam as urnas de voto.

Alexandre Zagalo considerou "calunioso" que se junte o presidente do Sinapol a "movimentos extremistas" e que as suas palavras foram apenas de alerta e não de ameaça ou com qualquer "fim subversivo da legalidade democrática".

"Em nenhum momento da vida particular, pessoal e profissional o presidente incentivou e amparou algum movimento extremista", vincou.

O advogado do sindicato indicou que o sindicato tem seis meses para avançar com a queixa-crime, mas admitiu que tal não aconteça caso haja "uma retratação" por parte de quem proferiu as declarações.

c/ Lusa
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