Declaração ambiental confirma polémica nova ponte sobre o rio Mondego

por © 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Coimbra, 01 Jan (Lusa) - A construção de uma polémica nova ponte sobre o Mondego e de um viaduto sobre a Mata do Choupal, em Coimbra, foi confirmada pela Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do projecto de construção dos troços do IP3, IC2 e IC3 na zona a que a Agência Lusa teve acesso.

A construção do viaduto e de uma nova ponte sobre o Mondego havia sido contestada por ambientalistas e dirigentes políticos locais mas a DIA que agora foi tornada pública dá um parecer positivo a esse projecto, embora com algumas restrições.

A DIA diz respeito aos troços do IP3 (entre Trouxemil e Mealhada), o IC2 (entre Coimbra e Oliveira de Azeméis, com ligação à A32) e o IC3 (entre Coimbra e o nó do IP3), num projecto que abrange vias dos concelhos de Coimbra, Mealhada, Anadia, Águeda, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.

O projecto vai incluir "o atravessamento do rio Mondego e da Mata Nacional do Choupal totalmente em viaduto", dando uma "especial atenção à localização dos pilares no leito" do curso de água e prevendo a replantação de árvores para "compensar a população de Coimbra da diminuição do seu património florestal e a manutenção da sua área de recreio e lazer que actualmente dispõe".

A DIA prevê a reformulação dos nós de Trouxemil, Águeda Norte e medidas de minimização das áreas de serviço a construir.

No que diz respeito à integração deste projecto na rede viária existência, a DIA recomenda que sejam evitados "quaisquer estrangulamentos nas vias existentes e que, sempre que tal se justifique, estas vias sejam dotadas de passeios, garantindo assim condições de segurança e conforto aos peões".

Já em relação à travessia do rio Vouga, a DIA ordena que os estaleiros sejam afastados da zona ribeirinha para evitar "qualquer interferência no leito, margens e galeria ripícola".

O troço do IC2 terá características de auto-estrada e está prevista a "cobrança electrónica de portagens aos utentes (excepto para o tráfego local entre Coimbra/Trouxemil)". Já o traçado do IC3 deste pacote de investimentos prevê também um "regime de cobrança electrónica de portagens (sistema `free-flow`) que (...) será obrigatório para todos os veículos nacionais", permitindo o pagamento "sem paragem do veículo e sem praça de portagem".

Em Novembro, o Provedor do Ambiente de Coimbra mostrara-se contra a construção do viaduto, uma posição que foi também subscrita pela associação ambientalista Quercus.

"O projecto objecto do estudo de impacte ambiental agora analisado carece de justificação convincente no trecho de travessia da cidade de Coimbra, sendo de absoluta necessidade a proposta de alternativas para a travessia em viaduto da Mata Nacional do Choupal", defende o parecer da Provedoria do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana de Coimbra.

Também "muito crítico" da eventual travessia no Choupal, o presidente do Núcleo Distrital de Coimbra da associação ambientalista Quercus, António Luís Campos, disse que "o processo foi muito mal conduzido".

"Vejo com alguma surpresa que não foram consideradas alternativas à travessia. Se o processo tivesse sido bem pensado, poder-se-ia alterar o nó junto à ponte-açude, construindo-o mais afastado da cidade", adiantou então o dirigente ambientalista.

PJA/MCS.

Lusa/Fim


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