De Paula Rego a Cutileiro. Detido suspeito de falsificar obras de "artistas de renome"

por Carlos Santos Neves - RTP
O alegado falsificador de “pinturas de artistas plásticos de renome” foi detido “em flagrante delito” José Manuel Ribeiro - Reuters

A Polícia Judiciária anunciou esta sexta-feira a detenção de um presumível falsificador de “pinturas de artistas plásticos de renome”, entre os quais Paula Rego, Júlio Resende ou Cargaleiro. O homem de 56 anos foi surpreendido pelas autoridades “em flagrante delito”: estaria a tentar “vender duas obras forjadas como originais”.

“A Polícia Judiciária levou a cabo uma operação policial, na qual identificou e deteve em flagrante delito um homem de 56 anos, quando este tentava vender duas obras forjadas como originais dos artistas plásticos Paula Rego e Cargaleiro e que se dedicava à falsificação e comercialização de pinturas de artistas plásticos de renome”, lê-se em comunicado da polícia de investigação criminal.

Segundo a PJ, esta investigação, levada a cabo pela Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, permitiu apurar que “o suspeito se dedicava, há pelo menos dois anos, às atividades referidas, fazendo passar-se por médico para, junto de potenciais clientes ganhar a sua confiança e credibilidade”. As vítimas terão sido lesadas “em valores que ascendem as centenas de milhares de euros”.

“No decurso das diligências desenvolvidas no âmbito da investigação, foi localizado um espaço comercial, em Lisboa, que o suspeito utilizava como atelier e onde vieram a ser encontradas e apreendidas mais de duas dezenas de pinturas e esboços com assinaturas de artistas plásticos de renome, como Paula Rego, Júlio Resende, Malangatana, Cargaleiro, Cesariny, Cruzeiro Seixas e Cutileiro”. As pinturas, aponta a Judiciária, apresentavam “claros indícios de terem sido falsificadas por ele próprio, tentando imitar o seu estilo de pintura e respetivas assinaturas, fazendo dessa prática modo de vida”.

Nesta operação, denominada Tinta Fresca, “foi ainda aprendido para posterior análise diverso material de pintura que se acredita ter sido utilizado nas falsificações”.

O suspeito foi entretanto presente a primeiro interrogatório judicial. Ficou obrigado a apresentações semanais e ao pagamento de uma caução de cinco mil euros.
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