As crianças que habitam em locais húmidos, nomeadamente com falta de isolamento, aquecimento e arejamento, têm maior probabilidade de vir a sofrer de asma, segundo um estudo finlandês publicado sexta-feira na revista científica "European Respiratory Journal".
Segundo os investigadores finlandeses do Instituto Nacional de Saúde da Universidade de Kuopio (Finlândia), estudos anteriores já haviam estabelecido uma ligação entre a exposição à humidade e o agravamento de problemas respiratórios, como a asma, "porém, nenhum estudo conseguiu provar que a exposição crónica à humidade era capaz de provocar a doença".
Para a realização deste último estudo foram acompanhadas 121 crianças, nas quais a asma fora diagnosticada entre até aos 7 anos de idade, assim como 214 crianças saudáveis da mesma faixa etária.
Os investigadores finlandeses mandaram analisar os locais de habitação de todas as crianças que participaram no estudo por engenheiros especializados, tendo estes encontrado, "sobretudo" nos quartos das crianças com asma, "duas a três vezes mais agentes típicos que apontavam para um elevado nível de humidade", do que nos locais de habitação das crianças saudáveis.
"Encontrámos indícios como o vapor de água, fungos e danos na estrutura da habitação causados pela humidade, típicos de locais de habitação com uma humidade elevada e que não se encontram devidamente isolados, aquecidos ou arejados", afirmaram os especialistas.
Os autores do estudo estimam que um quinto dos casos de asma em crianças se deve ao excesso de humidade nos locais de habitação e recomendam aos médicos que dêem mais atenção às condições de habitação dos seus pacientes, nomeadamente das crianças.
A asma afecta perto de 150 milhões de pessoas em todo o mundo.
Em Portugal, estima-se que mais de 600 mil pessoas sofram de doença.
As doenças alérgicas são responsáveis por grande parte dos problemas de saúde das crianças hoje em dia, de que são exemplo a rinite alérgica e a asma.
Para o imunoalergologista Pedro Lopes da Mata, as medidas mais comuns para reduzir os riscos de doenças como a asma, passam por uma boa ventilação dos espaços e o seu aquecimento homogéneo, devendo as habitações serem simples e fáceis de limpar.
Entretanto, segundo um estudo revelado hoje pela Federação Europeia de Alergias, nove por cento das mortes por asma registadas anualmente na Europa poderiam ser evitadas mediante uma maior sensibilização pública, um acesso correcto aos cuidados adequados, a aplicação de políticas para melhorar o meio ambiente e o desenvolvimento de novos tratamentos.