Todos os vírus sofrem mutações ao longo do tempo, e o Sars-Cov-2 não é exceção. No outono foram identificadas novas estirpes no Reino Unido, África do Sul e, mais recentemente, no Brasil - duas delas já circulam em Portugal. Mas o que se sabe sobre estas variantes do coronavírus?
A variante do Reino Unido já circula há umas semanas em Portugal e, devido ao aumento de casos este mês, o Governo decidiu apertar novamente as restrições e impor o confinamento geral. Esta semana, depois de ter aumentado a prevalência desta estirpe e de terem surgido crianças e jovens infetados, António Costa anunciou a suspensão das atividades letivas e o encerramento das instituições de ensino, por precaução.
Mas, na sexta-feira, Boris Johnson afirmou, numa conferência de imprensa, que há evidências de que a nova variante da Covid-19 poderá ser mais letal.
"Agora também parece que há sinais de que a nova variante, aquela que foi identificada pela primeira vez em Londres, e no sudeste (de Inglaterra), pode estar ligada a um grau mais alto de mortalidade", informou o primeiro-ministro britânico.
"Agora também parece que há sinais de que a nova variante, aquela que foi identificada pela primeira vez em Londres, e no sudeste (de Inglaterra), pode estar ligada a um grau mais alto de mortalidade", informou o primeiro-ministro britânico.
Segundo Johnson, é "em grande parte o impacto desta nova variante que leva o SNS a estar sob uma pressão tão intensa".
O principal assessor científico do Governo, Patrick Vallance, disse, contudo, que a informação "ainda não é conclusiva", embora existam sinais de que a nova variante cause a morte de 1,3 a 1,4 por cento dos infetados com cerca de 60 anos, contra uma média de um por cento da variante anterior, sendo o agravamento semelhante nos outros grupos etários.
"Ainda existe muita incerteza sobre estes números e precisamos de mais trabalho para torná-los mais precisos, mas existe uma preocupação que exista um aumento na mortalidade bem como na transmissão", acrescentou.
Segundo Vallance, entre os homens com mais de 60 anos, o risco de mortalidade devido à infeção pelo novo coronavírus é de dez em mil, e que se eleva para 13 a 14 em mil com esta nova variante. Das três variantes mais recentes do SARS-CoV-2 que causam preocupação às autoridades britânicas, identificadas respetivamente em Inglaterra, África do Sul e Brasil, a inglesa é aquela predominante no Reino Unido, estimando-se que seja entre 30 e 70 por cento mais contagiosa.
O primeiro-ministro do Reino Unido reiterou, no entanto, que as vacinas já administradas no país, a Pfizer/BioNTech e Oxford/AstraZeneca, demonstram ter eficácia no combate da nova variante.
Identificada variante da África do Sul em Portugal
A estirpe da África do Sul também já chegou a Portugal. O primeiro caso de covid-19 associado a esta variante genética foi identificado na sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), e é de uma pessoa sul-africana, residente em Lisboa.
A estirpe da África do Sul também já chegou a Portugal. O primeiro caso de covid-19 associado a esta variante genética foi identificado na sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), e é de uma pessoa sul-africana, residente em Lisboa.
"Infelizmente, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge hoje mesmo detetou a presença da variante da África do Sul também em Portugal", afirmou o investigador João Paulo Gomes à RTP, na sexta-feira. "É um caso único", esclareceu.
O caso identificado em Portugal, através da sequenciação genómica, foi reportado às autoridades de saúde, que começaram imediatamente "a realizar as devidas diligências para o rápido rastreio de contactos e interrupção da potencial cadeia de transmissão", esclareceu o INSA.
"O caso reporta-se a uma pessoa natural da África do Sul, residente em Lisboa, que foi diagnosticada a 7 de janeiro e atempadamente isolada, pelas Autoridades de Saúde de nível regional e local, no âmbito das suas competências de vigilância epidemiológica", de acordo com um comunicado conjunto do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A variante da África do Sul, detetada em dezembro, é conhecida por atingir os pacientes mais jovens, e terá sido fundamental na disseminação do vírus durante a segunda vaga no país sul-africano. Os médicos sul-africanos indicam que os pacientes são mais jovens e nem sempre têm outras doenças que amplificam o efeito do vírus, mas, apesar disso, estão a sofrer de formas mais graves de Covid-19 com esta nova variante.
O INSA referiu, todavia, que "esta nova variante genética do SARS-CoV-2 tem sido assinalada pelas autoridades de saúde mundiais como merecedora de especial vigilância dado o seu elevado potencial de transmissão".
"Além disso, alguns ensaios laboratoriais revelaram que esta variante poderá ser menos reconhecida por alguns dos anticorpos gerados no decurso de uma infeção, suscitando naturalmente uma preocupação acrescida", explicou ainda o instituto, adiantando que prosseguirá com as atividades de vigilância laboratorial do SARS-CoV-2 em articulação com as Autoridades de Saúde, mantendo especial foco na deteção de novas introduções e monitorização da circulação de variantes a suscitar particular interesse pela comunidade científica e Autoridades de Saúde.
"Além disso, alguns ensaios laboratoriais revelaram que esta variante poderá ser menos reconhecida por alguns dos anticorpos gerados no decurso de uma infeção, suscitando naturalmente uma preocupação acrescida", explicou ainda o instituto, adiantando que prosseguirá com as atividades de vigilância laboratorial do SARS-CoV-2 em articulação com as Autoridades de Saúde, mantendo especial foco na deteção de novas introduções e monitorização da circulação de variantes a suscitar particular interesse pela comunidade científica e Autoridades de Saúde.
De acordo com a CBS News, que teve acesso a um laboratório sul-africano que estuda a nova estirpe, esta parece ter alguma resistência aos anticorpos que as vacinas criam no corpo humano para afastar o vírus.
"Acreditamos que estamos a passar por uma nova pandemia com essa variante que não só se transmite muito mais rapidamente mas que também é mais difícil de neutralizar", disse o cientista Túlio de Oliveira.
Também Alex Sigal, investigador sénior do Africa Health Research Institute e do Max Planck Institute for Infection Biology da Alemanha, afirmou que a variante detetada na África do Sul parece ter a capacidade de reduzir significativamente a eficácia dos anticorpos em pessoas infetadas com a versão original do vírus. Ou seja, além de os infetados pela variante inicial da covid-19 não terem tantas defesas naturais para lidar com esta variante, as vacinas poderão ser pouco eficazes.
Ainda assim, Sigal sublinha que "ainda não há evidências de que as vacinas serão afetadas", pelo que a solução deverá passar por continuar a vacinar pessoas.
Os cientistas sublinham que as vacinas contra a covid-19 poderão ter de ser ajustadas de vez em quando para proteger contra novas variantes, à semelhança do que acontece com a vacina contra a gripe.
"Acreditamos que estamos a passar por uma nova pandemia com essa variante que não só se transmite muito mais rapidamente mas que também é mais difícil de neutralizar", disse o cientista Túlio de Oliveira.
Também Alex Sigal, investigador sénior do Africa Health Research Institute e do Max Planck Institute for Infection Biology da Alemanha, afirmou que a variante detetada na África do Sul parece ter a capacidade de reduzir significativamente a eficácia dos anticorpos em pessoas infetadas com a versão original do vírus. Ou seja, além de os infetados pela variante inicial da covid-19 não terem tantas defesas naturais para lidar com esta variante, as vacinas poderão ser pouco eficazes.
Ainda assim, Sigal sublinha que "ainda não há evidências de que as vacinas serão afetadas", pelo que a solução deverá passar por continuar a vacinar pessoas.
Os cientistas sublinham que as vacinas contra a covid-19 poderão ter de ser ajustadas de vez em quando para proteger contra novas variantes, à semelhança do que acontece com a vacina contra a gripe.
Qual o impacto das novas estirpes?
Depois de ser comunicado que a variante da África do Sul já tinha sido identificada em Portugal, o virologista Pedro Simas afirmou, numa entrevista à Lusa, que as novas estirpes não "têm impacto de provocar maior doença".
O virologista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa explicou que, desde o início da pandemia, estão sempre a surgir novas variantes.
"Estão sempre a aparecer variantes e as variantes que predominam, em relação às outras, são aquelas que têm mais vantagem de disseminação, mais aptidão para se disseminar", disse, assegurando que é um "processo natural".
As novas variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil devem ser vigiadas e não criar pânico na sociedade, explicou Pedro Simas, uma vez que faz parte do normal processo de replicação e evolutivo do vírus.
"[As variantes] Não têm impacto de provocar maior doença. Do ponto de vista evolutivo, não faz sentido, porque se assim fosse não tinha uma capacidade de disseminação tão rápida, seriam facilmente identificadas em termos clínicos e as pessoas isoladas sem hipótese de as disseminar", argumentou.
"Se uma variante como a do Reino Unido que tem uma maior vantagem de disseminação numa determinada área geográfica e é natural que ela se espalhe, porque ela domina em relação às outras, isso não quer dizer que tenha propriedades de causar doenças maiores, não quer dizer necessariamente impacto na eficácia das vacinas", continuou, acrescentando que o aparecimento destas estirpe não podem servir para "tentar incutir um sentido de insegurança nas pessoas em relação às vacinas".
Nesse sentido, o investigador esclareceu que as vacinas serão mudadas caso surja uma estirpe com "impacto significativo".
O virologista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa explicou que, desde o início da pandemia, estão sempre a surgir novas variantes.
"Estão sempre a aparecer variantes e as variantes que predominam, em relação às outras, são aquelas que têm mais vantagem de disseminação, mais aptidão para se disseminar", disse, assegurando que é um "processo natural".
As novas variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil devem ser vigiadas e não criar pânico na sociedade, explicou Pedro Simas, uma vez que faz parte do normal processo de replicação e evolutivo do vírus.
"[As variantes] Não têm impacto de provocar maior doença. Do ponto de vista evolutivo, não faz sentido, porque se assim fosse não tinha uma capacidade de disseminação tão rápida, seriam facilmente identificadas em termos clínicos e as pessoas isoladas sem hipótese de as disseminar", argumentou.
"Se uma variante como a do Reino Unido que tem uma maior vantagem de disseminação numa determinada área geográfica e é natural que ela se espalhe, porque ela domina em relação às outras, isso não quer dizer que tenha propriedades de causar doenças maiores, não quer dizer necessariamente impacto na eficácia das vacinas", continuou, acrescentando que o aparecimento destas estirpe não podem servir para "tentar incutir um sentido de insegurança nas pessoas em relação às vacinas".
Nesse sentido, o investigador esclareceu que as vacinas serão mudadas caso surja uma estirpe com "impacto significativo".
Já o professor de Bioquímica e investigador do Instituto de Medicina Molecular, Miguel Castanho, afirmou à RTP que se sabia, desde o início de janeiro, que a estirpe britânica estava em Portugal.
Mas para o investigador, a possibilidade de a variante brasileira chegar a Portugal entretanto e de ambas coexistirem é uma hipótese que pode trazer preocupações, uma vez que ambas são extremamente contagiosas.
"A coexistência das estirpes pode ser pior do que a soma" de ambas, alertou Miguel Castanho.
"Se nós somarmos o nosso problema ao problema da nova estirpe brasileira, temos um problema adicional, porque é mais um estirpe altamente infecciosa", continuou. "Este vírus, para além de evoluir por mutação (...) tem a recombinação, isto é, a enventual mistura de vários tipos de vírus".
Não é favorável, como explicou, que "estejamos expostos a várias destas variantes mais infecciosas porque podem contribuir para piorar a situação".
No entanto, o investigador considera que as vacinas têm uma elevada eficácia e não é expectável que as novas estirpes possam causar problemas de maior.
"As vacinas, felizmente, têm uma eficácia bastante elevada", embora ainda que possam perder alguma eficácia perante certas estirpes e mutações, "não se espera que haja uma perda de eficácia assim tão grande que comprometa a ação as vacinas do modo geral".
O especialista lembrou ainda que a comunidade científica está a desenvolver novos testes rápidos que podem ser muito importantes para o controlo da pandemia e da circulação de novas estirpes.
Como surgem novas variantes?
Mas para o investigador, a possibilidade de a variante brasileira chegar a Portugal entretanto e de ambas coexistirem é uma hipótese que pode trazer preocupações, uma vez que ambas são extremamente contagiosas.
"A coexistência das estirpes pode ser pior do que a soma" de ambas, alertou Miguel Castanho.
"Se nós somarmos o nosso problema ao problema da nova estirpe brasileira, temos um problema adicional, porque é mais um estirpe altamente infecciosa", continuou. "Este vírus, para além de evoluir por mutação (...) tem a recombinação, isto é, a enventual mistura de vários tipos de vírus".
Não é favorável, como explicou, que "estejamos expostos a várias destas variantes mais infecciosas porque podem contribuir para piorar a situação".
No entanto, o investigador considera que as vacinas têm uma elevada eficácia e não é expectável que as novas estirpes possam causar problemas de maior.
"As vacinas, felizmente, têm uma eficácia bastante elevada", embora ainda que possam perder alguma eficácia perante certas estirpes e mutações, "não se espera que haja uma perda de eficácia assim tão grande que comprometa a ação as vacinas do modo geral".
O especialista lembrou ainda que a comunidade científica está a desenvolver novos testes rápidos que podem ser muito importantes para o controlo da pandemia e da circulação de novas estirpes.
Como surgem novas variantes?
Embora o coronavírus não seja, segundo a comunidade científica, um organismo vivo, tem a capacidade de se replicar, de infetar, de matar e até de se adaptar às condições. É esta capacidade de se adaptar que pode explicar as mutações e o aparecimento de novas variantes em diferentes partes do mundo.
Como os investigadores têm explicado, faz parte do processo natural de evolução do vírus sofrer mutações de forma a tentar sobreviver ou adaptar-se e transmitir-se mais facilmente. Algumas mutações são tão inofensivas que acabam por não sobreviver. Outras conseguem ter vantagem e tornar-se dominantes, como acontece com as três novas variantes do Reino Unido, África do Sul e Brasil.
Emma Hodcroft, epidemiologista da Universidade de Berna, explicou à AFP que "quando reduzimos o número de contaminações, restringimos o campo de ação do vírus" e, assim, reduzimos também as probabilidades de sobrevivência de uma mutação problemática ou mais contagiosa.
Mas, quando não impedimos a propagação e o aumento da circulação do vírus, acabamos por maximizar "as oportunidades para o vírus encontrar um determinado cenário ou determinada pessoa que por acaso pode levar a algo que não desejamos".
Já Wendy Barclay, virologista do Imperial College de Londres, argumenta que, à medida que se vai espalhando e as pessoas criando imunidade, o coronavírus sofre mais mutações e torna-se mais resistente para garantir a sua sobrevivência.
"É o momento em que podemos esperar o aparecimento de variantes afetadas pela resposta imune, uma vez que o nível de imunidade ao vírus em todo mundo aumenta, devido às infeções e à vacinação".
As variantes que surgiram na África do Sul e no Brasil podem ser um exemplo desta teoria, porque, como explicou, "já havia um nível significativo de resposta imunitária em pessoas que já estavam infetadas e que recuperaram".
No entanto, nem todos os especialistas concordam com esta explicação. Bjorn Meyer, virologista do Institut Pasteur em Paris, considera que é provável que "a evolução do vírus tenha ocorrido dentro de um paciente".
"Quando um paciente está imunocomprometido, o vírus pode durar mais tempo".
Embora em média o vírus sobreviva dez dias no organismo humanos, há estudos que revelam que alguns doentes continuam infetados pelo coronavírus durante várias semanas ou meses. E, por isso, enquanto o organismo tenta combater o Sars-Cov-2, a "pressão imunitária" obriga o vírus a sofrer mutações.
"Ou sofre uma mutação e aprende a sobreviver a essa resposta imunitária, ou morre", alegou Bjorn Meyer.
As explicações para o surgimento de tantas variantes e de diferentes capacidades de infeção são muitas, mas numa coisa a comunidade científica concorda: como no início ninguém estava imunitariamente protegido do novo coronavírus, é provavel que tenham surgido mais variantes do que as que já foram identificadas. Além disso, agora que grande parte das populações em todo o mundo já foi infetada, é normal que o Sars-Cov-2 se veja obrigado a sofrer mais mutações e cada vez mais resistentes.
Mas, quando não impedimos a propagação e o aumento da circulação do vírus, acabamos por maximizar "as oportunidades para o vírus encontrar um determinado cenário ou determinada pessoa que por acaso pode levar a algo que não desejamos".
Já Wendy Barclay, virologista do Imperial College de Londres, argumenta que, à medida que se vai espalhando e as pessoas criando imunidade, o coronavírus sofre mais mutações e torna-se mais resistente para garantir a sua sobrevivência.
"É o momento em que podemos esperar o aparecimento de variantes afetadas pela resposta imune, uma vez que o nível de imunidade ao vírus em todo mundo aumenta, devido às infeções e à vacinação".
As variantes que surgiram na África do Sul e no Brasil podem ser um exemplo desta teoria, porque, como explicou, "já havia um nível significativo de resposta imunitária em pessoas que já estavam infetadas e que recuperaram".
No entanto, nem todos os especialistas concordam com esta explicação. Bjorn Meyer, virologista do Institut Pasteur em Paris, considera que é provável que "a evolução do vírus tenha ocorrido dentro de um paciente".
"Quando um paciente está imunocomprometido, o vírus pode durar mais tempo".
Embora em média o vírus sobreviva dez dias no organismo humanos, há estudos que revelam que alguns doentes continuam infetados pelo coronavírus durante várias semanas ou meses. E, por isso, enquanto o organismo tenta combater o Sars-Cov-2, a "pressão imunitária" obriga o vírus a sofrer mutações.
"Ou sofre uma mutação e aprende a sobreviver a essa resposta imunitária, ou morre", alegou Bjorn Meyer.
As explicações para o surgimento de tantas variantes e de diferentes capacidades de infeção são muitas, mas numa coisa a comunidade científica concorda: como no início ninguém estava imunitariamente protegido do novo coronavírus, é provavel que tenham surgido mais variantes do que as que já foram identificadas. Além disso, agora que grande parte das populações em todo o mundo já foi infetada, é normal que o Sars-Cov-2 se veja obrigado a sofrer mais mutações e cada vez mais resistentes.
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