Foto: Massimo Pinca - Reuters
O inquérito piloto para conhecer o nível de imunidade ao novo coronavírus em Portugal arrancará em maio e vai envolver 2.070 pessoas, entre as quais 350 crianças até aos 10 anos, avançou um investigador do INSA.
O coordenador do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), Carlos Dias, explicou que a amostra desenhada pretende representar a população portuguesa de todas as idades de modo a obter estimativas nacionais, estratificadas por região de saúde e por grupos etários específicos.
O inquérito sorológico tem como finalidade conhecer a percentagem de pessoas que têm anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, que vai ser calculada a partir de uma amostra que envolve 350 crianças menores de 10 anos e 1.720 pessoas com idades superiores, adiantou o investigador.
Os investigadores consideraram que seria "muito importante" estudar também "as crianças abaixo dos 10 anos porque é um grupo que não tem sido muito atingido por esta pandemia e, portanto, importa perceber se isso se reflete no maior tipo de anticorpos ou não.
Segundo Carlos Dias, "o primeiro estudo vai servir simultaneamente como estudo-piloto e como primeiro inquérito e vai provavelmente ser feito durante o mês de maio", contando com a colaboração de uma rede de cerca de 120 laboratórios de análises clínicas ou hospitais parceiros do projeto.
Os laboratórios vão convidar os utentes que se dirigem para fazer análises de rotina de controlo dos seus problemas para "doarem um pouquinho de sangue" para depois no Instituto Ricardo Jorge se poder determinar a concentração de anticorpos contra este vírus.
Os participantes no estudo, poderão receber os resultados do teste serológico, se assim o entenderem.
"Nas crianças como a colheita de sangue é sempre um ato mais difícil que impressiona as crianças e os pais, etc., vamos socorrer-nos dos serviços hospitalares de pediatria que já colaboram com o Laboratório de Doenças Respiratórias do INSA para que sejam amostras recolhidas nesses locais por outros assuntos", explicou.
A propósito de o estudo poder estimar a percentagem da população imune à covid-19, o investigador afirmou que "a questão da imunidade é uma questão complexa" e que se trata de um vírus novo para o qual ainda não existe vacina.
"Quando falamos em imunidade aquilo que nós pensamos é que eu estou imune a uma doença, ou seja, se o microrganismo me infetar o meu corpo reage contra ele. Ora, entre o microrganismo me infetar e o meu corpo reagir contra ele, que é a resposta normal, existem, no entanto, várias fases, vários fatores que podem afetar essa resposta", referiu.
O investigador explicou que essa reposta "pode ser mais intensa, menos intensa, pode ser feita já com memória anterior desse contacto ou sem memória. Ora este vírus é novo, portanto, vamos ter muitas pessoas que nunca contactaram com este vírus".
Por outro lado, não existe ainda uma vacina para o corpo ter memória contra este vírus. "É cedo ainda para dizermos que se nesta amostra verificarmos a existência de pessoas com anticorpos contra este vírus, isso significa que elas estão imunes contra este vírus e, portanto, terão formas menos graves desta doença, não terão doença, etc", adiantou.
"O que vamos ter é a proporção de pessoas na população, uma estimativa, que no seu sangue tem anticorpos, tem moléculas que reconhecem o vírus e que em princípio lhe estarão a conferir algum grau de imunidade, mas esse grau pode ser muito fraco e até muito forte", salientou.
O investigador referiu que são esses dados e essa informação que fazem com que sejam necessários mais estudos, além deste.
Segundo Carlos Dias, este trabalho será repetido regularmente, fazendo uma série de estudos transversais, de acordo com a evolução da epidemia de modo a monitorizar a evolução do nível de anticorpos contra SARS-CoV-2 na população portuguesa.
O inquérito sorológico tem como finalidade conhecer a percentagem de pessoas que têm anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, que vai ser calculada a partir de uma amostra que envolve 350 crianças menores de 10 anos e 1.720 pessoas com idades superiores, adiantou o investigador.
Os investigadores consideraram que seria "muito importante" estudar também "as crianças abaixo dos 10 anos porque é um grupo que não tem sido muito atingido por esta pandemia e, portanto, importa perceber se isso se reflete no maior tipo de anticorpos ou não.
Segundo Carlos Dias, "o primeiro estudo vai servir simultaneamente como estudo-piloto e como primeiro inquérito e vai provavelmente ser feito durante o mês de maio", contando com a colaboração de uma rede de cerca de 120 laboratórios de análises clínicas ou hospitais parceiros do projeto.
Os laboratórios vão convidar os utentes que se dirigem para fazer análises de rotina de controlo dos seus problemas para "doarem um pouquinho de sangue" para depois no Instituto Ricardo Jorge se poder determinar a concentração de anticorpos contra este vírus.
Os participantes no estudo, poderão receber os resultados do teste serológico, se assim o entenderem.
"Nas crianças como a colheita de sangue é sempre um ato mais difícil que impressiona as crianças e os pais, etc., vamos socorrer-nos dos serviços hospitalares de pediatria que já colaboram com o Laboratório de Doenças Respiratórias do INSA para que sejam amostras recolhidas nesses locais por outros assuntos", explicou.
A propósito de o estudo poder estimar a percentagem da população imune à covid-19, o investigador afirmou que "a questão da imunidade é uma questão complexa" e que se trata de um vírus novo para o qual ainda não existe vacina.
"Quando falamos em imunidade aquilo que nós pensamos é que eu estou imune a uma doença, ou seja, se o microrganismo me infetar o meu corpo reage contra ele. Ora, entre o microrganismo me infetar e o meu corpo reagir contra ele, que é a resposta normal, existem, no entanto, várias fases, vários fatores que podem afetar essa resposta", referiu.
O investigador explicou que essa reposta "pode ser mais intensa, menos intensa, pode ser feita já com memória anterior desse contacto ou sem memória. Ora este vírus é novo, portanto, vamos ter muitas pessoas que nunca contactaram com este vírus".
Por outro lado, não existe ainda uma vacina para o corpo ter memória contra este vírus. "É cedo ainda para dizermos que se nesta amostra verificarmos a existência de pessoas com anticorpos contra este vírus, isso significa que elas estão imunes contra este vírus e, portanto, terão formas menos graves desta doença, não terão doença, etc", adiantou.
"O que vamos ter é a proporção de pessoas na população, uma estimativa, que no seu sangue tem anticorpos, tem moléculas que reconhecem o vírus e que em princípio lhe estarão a conferir algum grau de imunidade, mas esse grau pode ser muito fraco e até muito forte", salientou.
O investigador referiu que são esses dados e essa informação que fazem com que sejam necessários mais estudos, além deste.
Segundo Carlos Dias, este trabalho será repetido regularmente, fazendo uma série de estudos transversais, de acordo com a evolução da epidemia de modo a monitorizar a evolução do nível de anticorpos contra SARS-CoV-2 na população portuguesa.
c/Lusa