Três semanas depois da suspensão das aulas presenciais, a maioria dos alunos diz querer voltar à escola, segundo o resultado de um inquérito do Observatório de Políticas de Educação e Formação, cujos primeiros resultados são divulgados este sábado.
De acordo com o estudo do Observatório quase dois terços (64,7%) dos encarregados de educação afirmam que o seu filho já “manifestou expressamente desejo de voltar à escola”, desde que o Governo ordenou o fim das actividades presenciais nos estabelecimentos de ensino, uma das primeiras medidas de contenção do novo coronavírus.
“A escola tem um valor extraordinário do ponto de vista da socialização. Mesmo os alunos que não gostam das aulas, gostam do convívio com os outros”, concluiu a investigadora Ana Benavente, que é uma das coordenadoras deste trabalho.
O inquérito online foi da iniciativa é do Observatório de Políticas de Educação e Formação, que é coordenado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Os resultados, agora conhecidos, mostram que a generalidade das famílias que têm filhos em idade escolar está a cumprir a recomendação de permanecer em casa. Mais de três quartos (76,1%) dos estudantes não tem saído de casa nas últimas três semanas – um terço não sai por completo da habitação, enquanto 40% sai apenas até ao quintal, jardim ou parque de estacionamento da casa.
Sobre o impacto do confinamento no comportamento dos alunos os números obtidos mostram que mais de metade dos pais (53,8%) não notaram alterações de comportamento dos seus filhos em relação ao que ocorria antes do isolamento.
Os primeiros resultados do inquérito do Observatório de Políticas de Educação e Formação têm por base uma amostra de 1200 respostas, que corresponde à primeira semana de aplicação do questionário, de 23 a 28 de março.