Cova da Moura. Agentes admitem não ter sido ameaçados com arma em punho

por RTP
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

Os agentes da polícia envolvidos na morte de um homem na Cova da Moura já começaram a ser ouvidos em inquérito. Fonte policial confirma à RTP que esses agentes reconheceram não ter sido ameaçados com arma em punho.

Os dois elementos da PSP envolvidos no incidente já foram ouvidos na Polícia Judiciária. Reconheceram, no inquérito, que não foram ameaçados de arma em punho e que o homem atingido não saiu do carro com uma arma na mão, soube a RTP através de fonte policial.
Ou seja, havia uma arma mas os agentes não terão sido ameaçados diretamente com ela, uma informação que entra em contradição com as primeiras informações disponibilizadas pela PSP.

Soube-se entretanto que houve confrontos físicos e empurrões entre Odair Moniz e os agentes antes de um os elementos ter disparado sobre o homem de 43 anos.

À data dos acontecimentos, Odair Moniz tinha antecedentes criminais por tráfico de droga.

Na madrugada de segunda-feira, 21 de outubro, um cidadão de 43 anos foi baleado por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura, na Amadora. O homem acabou por morrer algumas horas depois no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a versão da PSP, o homem terá tentado fugir e depois resistiu à detenção, tentando agredir os agentes "com recurso a uma arma branca".
 

Logo na segunda-feira, a PSP abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias desta ocorrência e também o Ministério da Administração Interna determinou, na segunda-feira, a abertura de um inquérito urgente.

Já esta terça-feira, o agente que baleou o homem foi constituído arguido no âmbito deste caso.

Os dois agentes estão, de momento, afastados de atividades operacionais. Desde segunda-feira que o Bairro do Zambujal tem registado vários desacatos nos protestos contra a polícia, incidentes que entretanto se disseminaram para outras zonas da Área Metropolitana de Lisboa.

No total foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. 

Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
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