O primeiro-ministro, António Costa, felicitou hoje a cientista Elvira Fortunato, que venceu o prémio "Impacto Horizonte 2020" da Comissão Europeia, e considerou que esta distinção reconhece "a aposta estratégica" do país na ciência e na inovação.
"Parabéns à cientista portuguesa Elvira Fortunato, que venceu o prémio "Horizonte Impacto 2020", entregue pela Comissão Europeia. É um orgulho para Portugal e mais um excelente sinal que reconhece a importância da aposta estratégica na ciência e na inovação", escreveu o primeiro-ministro na sua conta pessoal na rede social Twitter.
A engenheira de materiais e investigadora Elvira Fortunato, que dirige o Centro de Investigação de Materiais da Universidade Nova de Lisboa, foi hoje distinguida pela criação do primeiro ecrã transparente com materiais ecossustentáveis.
O prémio, no valor de 10 mil euros, distingue projetos científicos financiados por fundos europeus e cujos "resultados tiveram impacto na sociedade", disse à agência Lusa a investigadora.
Na sua mensagem, o primeiro-ministro referiu que "este ano Portugal subiu no ranking da inovação e atingiu a melhor classificação de sempre do European Innovation Scoreboard, sendo considerado um país fortemente inovador".
"Somos agora o 12.º país mais inovador da União Europeia", salientou António Costa.
O primeiro-ministro refere ainda que "o aumento da capacidade de inovação das empresas, das entidades de I&D (Investigação e Desenvolvimento) e da generalidade dos atores do Sistema Nacional de Inovação, incluindo entidades públicas e privadas, é um caminho em que Portugal está cada vez mais na linha da frente".
Elvira Fortunato foi a única portuguesa premiada, entre outros cientistas distinguidos de uma lista de 10 finalistas.
O anúncio dos cinco vencedores da edição deste ano do Prémio Impacto Horizonte, a segunda desde 2019, foi feito em Bruxelas, Bélgica.
O projeto "Invisible" (Invisível), com o qual a investigadora portuguesa foi premiada, consistiu no desenvolvimento do primeiro ecrã transparente a partir de um material semicondutor de baixo custo, não degradável e que produz melhores resultados, o óxido de zinco, que entra na composição de pomadas para bebés ou protetores solares.
A tecnologia, patenteada pela diretora do Cenimat e pela "gigante" eletrónica Samsung, é aplicável a telemóveis, televisores, computadores ou `tablets`, permitindo obter imagens de maior resolução.
Segundo Elvira Fortunato, pioneira na eletrónica transparente, o projeto representou uma "revolução na área dos materiais semicondutores", com recurso a "tecnologias amigas do ambiente", que não desperdiçam tanta energia.
O "Invisible" foi financiado em 2,25 milhões de euros pelo Conselho Europeu de Investigação, agência da Comissão Europeia que apoia a investigação científica, nomeadamente através de bolsas.
O projeto foi desenvolvido durante cinco anos, entre 2009 e 2014.
O Prémio Impacto Horizonte destina-se a cientistas que lideraram projetos financiados pelo 7.º Programa-Quadro (2007-2014) e pelo Programa Horizonte 2020 (2014-2020).