O primeiro-ministro criticou hoje os "bloqueios corporativos" que adiaram a criação da Faculdade de Medicina da Universidade Católica, salientou as exigências ao nível da formação científica, mas frisou que o país vai formar mais médicos.
"Este momento, em que se chegou ao fim, não é de guerra, mas de paz. Contudo, deve ser um momento de não se esquecer as lições aprendidas, porque numa universidade não se aprendem só as lições quando se inicia o seu funcionamento. Aprendem-se também as lições do que se consumiu até termos chegado a este dia", começou por observar o líder do executivo.
Segundo António Costa, no longo processo de autorização para a Faculdade de Medicina da Universidade Católica, "a maior lição a retirar é a da máxima exigência científica, mas a nula capacidade de bloqueio corporativo".
Por isso, frisou o primeiro-ministro, o esforço para a formação de mais médicos em Portugal "vai prosseguir".
"E é com muita satisfação que vejo esta capacidade que teve a Universidade Católica de vencer a burocracia do Estado e os poderes fáticos corporativos, ainda associando a si outras instituições nos domínios da ciência [Gulbenkian] e clínico [Grupo Luz Saúde]. Certamente, esta é uma grande lição que todos devemos levar, porque, unindo esforços e encontrando soluções para os problemas, não há nada que não se consiga superar", defendeu.
Com o cardeal patriarca, Manuel Clemente, a escutar as suas palavras, o primeiro-ministro deixou uma breve nota de humor no seu discurso: "Para aqueles que têm o privilégio da fé, mais fácil será ainda superar as dificuldades do que aqueles que não têm esse privilégio e têm de ficar contidos naquilo que é a capacidade limitada do seu humano", disse.