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Coronavírus. Portugueses que estavam em Wuhan já chegaram a Lisboa

por RTP
Por razões de segurança, durante os próximos 14 dias o grupo ficará em isolamento profilático Foto: Mário Cruz - Lusa

Chegaram este domingo à noite ao aeroporto de Figo Maduro as 20 pessoas que estavam em Wuhan, incluindo dois diplomatas portugueses em serviço na China e duas cidadãs brasileiras. Aterraram em Portugal num avião C-130 da Força Aérea, onde viajaram acompanhados de uma equipa médica equipada com fatos e máscaras.

Em conferência de imprensa este domingo, momentos após a aterragem dos portugueses, a ministra da Saúde deu-lhes as boas vindas e explicou que o primeiro passo acontece no próprio aeroporto, onde decorre a avaliação individual dos repatriados pela equipa da sanidade internacional coordenada pela DGS, com os dois médicos que seguiram a bordo do C-130 e um terceiro que se juntou à equipa.

Se, durante esta fase, for identificado algum caso suspeito, este será imediatamente discutido através da linha telefónica de apoio ao médico. A sua eventual validação médica determinará se o caso deve ser enviado, de acordo com o protocolo de transporte, para um dos hospitais de referência, neste caso o Curry Cabral.

Se não for verificado nenhum caso suspeito, os repatriados serão transportados nas ambulâncias e carrinhas do INEM para um edifício próprio do hospital Pulido Valente para continuar o acompanhamento inicial.O avião que transportou os portugueses vai ser desinfetado.

Nesse hospital serão feitas colheitas de material biológico para testes laboratoriais realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge nas próximas horas. Os resultados destes exames permitirão saber se há pessoas infetadas.

Por razões de segurança, durante os próximos 14 dias o grupo ficará em isolamento profilático, algo que “está em linha com o realizado por outros países”, de acordo com a ministra.

Marta Temido adiantou que todos os repatriados concordaram em seguir o protocolo do isolamento profilático, para o qual existem 13 quartos no Hospital Pulido Valente e dez no Parque da Saúde de Lisboa, sendo que não poderão receber visitas durante esse período.

Ainda durante esses 14 dias as 20 pessoas serão visitadas duas vezes por dia por uma equipa de sanidade internacional, composta por dois médicos de saúde pública.

A ministra realçou que, "à partida, essas pessoas não estão doentes" com o novo coronavírus que começou a propagar-se a partir da China, em dezembro.

“Nós estamos a fazer exatamente aquilo que tem estado a ser recomendado a nível internacional, que é aconselhar os passageiros quando desembarcam”, explicou Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, considerando que para já não razão para realizar um rastreio no momento da entrada no país.

A Direção-Geral da Saúde fará um boletim clínico diário do grupo e o Ministério da Saúde realizará uma conferência de imprensa diária para dar conta da evolução da situação.

A China elevou este domingo para 304 mortos e mais de 14 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei.

As Filipinas anunciaram também hoje a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, a primeira vítima fatal fora da China.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em 24 outros países.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quinta-feira, uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto.
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