Coronavírus. Avião parte de Beja rumo à China

por RTP

Partiu esta quinta-feira do aeroporto de Beja um avião rumo a Wuhan, na China. Na última noite, as autoridades chinesas fizeram um novo balanço do impacto do coronavírus, que já provocou 170 mortos.

O A380, o maior avião comercial do mundo, foi preparado no aeroporto de Beja para ir à China. 

Os 17 portugueses retidos na cidade chinesa de Wuhan vão ser retirados na sexta-feira. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu, em declarações à Antena 1, que os portugueses que pediram para sair de Wuhan vão ser todos repatriados, mas não confirmou a data deste resgate.

Augusto Santos Silva só não consegue adiantar, para já, quando é que vão poder fazer a viagem de regresso. O MNE assume que a operação não está a ser fácil e que a situação é delicada.

No total, deverão ser 350 passageiros a serem transportados, de várias nacionalidades, adianta um dos comandantes do avião que segue para a China.

"Está tudo preparado para a missão. Estamos prontos para ir e trazer as pessoas, portugueses incluídos", disse o comandante da companhia aérea portuguesa Hi Fly aos jornalistas no aeroporto de Beja.

Antonios Efthymiou explicou que o voo parte hoje para Paris, França, e na sexta-feira viaja para Hanói, no Vietname, e depois seguirá para a China.

"Depois disso, o avião ou volta para aqui [Beja] ou faz outra missão, depende", disse.

Questionado sobre se a tripulação teve algum treino específico por causa do vírus, o comandante esclareceu que têm estado em contacto com o departamento médico da companhia e tiveram uma preparação especial nas instalações da empresa em Lisboa.

"Todas as precauções foram impostas pelas autoridades de aviação asiáticas. (...) Estamos prontos para partir. É uma missão humanitária e temos orgulho em trazer as pessoas de volta. Podia ser a nossa família", sublinhou. Opinião partilhada por Nicolas de Fermor, o outro comandante que está envolvido na missão.
Novo balanço aponta para 170 mortos
Na última noite, as autoridades chinesas atualizaram o número de vítimas e infetados: 170 mortos e 7711 infetados.

Todas as vítimas mortais registadas nas últimas 24 horas ocorreram na província de Hubei.

Vários países europeus, incluindo Portugal, França, Itália e Alemanha, mas também a Austrália têm em marcha planos para proceder ao repatriamento de alguns dos seus cidadãos em Wuhan.

O avião da Royal Air Force que saia esta quinta-feira do Reino Unido para a cidade de Wuhan acabou por não descolar. O Governo britânico esperava repatriar 200 cidadãos britânicos mas autoridades chinesas não deram luz verde.

A União Europeia anunciou, na quarta-feira, o envio de dois aviões até a sexta-feira à região chinesa de Wuhan que vão repatriar, devido ao coronavírus, 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, independentemente da nacionalidade.

Itália também vai enviar um avião hoje a Wuhan, sem especificar o número de pessoas repatriadas ou se o protocolo prevê quarentena.

Também o Governo australiano anunciou, na quarta-feira, que vai retirar os seus cidadãos da cidade Wuhan para a Ilha Christmas, no Oceano Índico, onde permanecerão em quarentena.

Nos próximos dias, Berlim também vai proceder à retirada de cerca de 90 alemães presentes em Wuhan.

Singapura anunciou que vai resgatar esta quinta-feira 92 cidadãos que estão em Wuhan. 
Nova reunião da OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu convocar o Comité de Emergência para determinar se este surto deve ser declarado uma emergência de saúde pública internacional.

Na Europa, a França conta já com cinco infetados, a Alemanha tem 4 casos confirmados e a Finlândia um.

A Índia e as Filipinas confirmaram os primeiros casos de coronavírus.

Segundo as autoridades indianas, um aluno que estava a estudar na Universidade de Wuhan, na cidade de Wuhan, a mais atingida pelo surto do vírus, apresentou resultado positivo para o vírus.

O Ministério indiano referiu na nota que o aluno está isolado e a ser vigiado num hospital. Não ficou claro quando o aluno voltou da China para a Índia.

O Governo indiano disse, na quarta-feira, que planeia realizar dois voos para retirar os seus cidadãos da província de Hubei, na China, e isolá-los por 28 dias em Nova Deli.

O Ministério da Saúde indicou que estava a planear transportar apenas aqueles que não parecem ter sintomas da gripe, a fim de minimizar o risco da infeção se espalhar.

A Associação Chinesa de Futebol anunciou já de madrugada que vai suspender o campeonato nacional. Na quarta-feira tinha sido anunciada a suspensão dos campeonatos do mundo de atletismo de pista coberta.

O IKEA decidiu encerrar todas as 30 lojas na China. 




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