Conversa Capital com Eduardo Oliveira e Sousa, Presidente da CAP
A CAP acusa o governo de estar a "aproveitar o ambiente de inflação, para quase fazer disso um negócio para proveito próprio", dinheiro que arrecada sem introduzir na economia, para minimizar os impactos dos custos de produção. Até ao momento, e apesar dos diversos anúncios, os agricultores ainda não sentiram no bolso os efeitos das medidas para combater o aumento dos combustíveis e da energia e relativamente aos apoios anunciados para combate aos efeitos da seca "ainda não chegou um euro aos agricultores". Apelam ao diálogo com o governo e admitem que a saída do CDS do Parlamento reduziu a capacidade reivindicativa do setor.
Nesta entrevista, Eduardo Oliveira e Sousa diz que o sector perdeu capacidade reivindicativa em termos de resultados, com o governo do PS, mas está disponível para continuar a dialogar com a ministra da Agricultura. O presidente da CAP admite que a saída do CDS do parlamento faz a diferença no poder reivindicativo e lamenta a resposta "triste" de Rui Rio, que disse à CAP que a agricultura não era estratégica para o PSD. Agora espera que com a mudança de ciclo, haja uma mudança de posição. Em termos de negociação de política de rendimentos em sede de concertação social, o presidente da CAP diz que o salário mínimo até pode ser superior aos 900 euros em 2026, se a economia tiver os devidos avanços. Não se opõe ao aumento do próximo ano, porque a decisão está tomada, mas mantem em cima da mesa o caderno reivindicativo.
Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Diana do Mar do Jornal de Negócios.