O primeiro-ministro garantiu que "lapsos são irrelevantes". Mas um documento do Conselho da União Europeia, de 7 de outubro do ano passado, prova que "lapsos" fazem parte da fundamentação para preterir a primeira classificada pelo júri internacional, Ana Carla Almeida.
O Conselho Europeu invoca dois dos três erros para justificar que José Guerra tem mais experiência operacional e uma carreira internacional que o tornavam o candidato mais adequado ao cargo.
José Guerra mantém-se em funções desde julho de 2020.
A ministra da Justiça e o primeiro-ministro assumiram os lapsos, mas garantiram que os mesmos foram irrelevantes para a tomada de decisão do Conselho da União Europeia.
O grupo de académicos internacionais que tem acompanhado o caso não tem dúvidas: este documento é a prova cabal de que o Conselho da União europeia não seguiu a escolha do júri internacional porque valorizou os "lapsos" que o Governo português lhe fez chegar sobre o currículo de José Guerra.