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Combate a incêndio na Madeira mobiliza reforços do continente

por Carlos Santos Neves - RTP
No sábado, centenas de pessoas foram retiradas das suas casas Homem de Gouveia - Lusa

Ao início da manhã deste domingo, o incêndio na Madeira continuava a não dar tréguas ao dispositivo de combate, agora reforçado com cerca de 80 operacionais destacados a partir de Lisboa. As equipas de Proteção Civil procederam, na última noite, a um levantamento da área afetada pelas chamas com recurso a um drone. Está declarada a situação de calamidade.

Três frentes de fogo ocuparam, nas últimas horas, os bombeiros na Ilha da Madeira: Jardim da Serra, Curral das Freiras e Encumeada.

Serra de Água e Curral das Freiras continuam a ser os dois pontos mais críticos.
A progressão das chamas levou, no sábado, a que centenas de pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas, desde logo idosos, crianças e acamados. O combate ao incêndio que deflagrou na passada quarta-feira na freguesia de Serra de Água, passando do concelho da Ribeira Brava para Câmara de Lobos, terá ainda 24 horas de dificuldades por diante.

Para este domingo, as previsões meteorológicas indicam temperaturas elevadas - com a exceção de Porto Santo, vigora o aviso laranja de tempo quente na Madeira. Em simultâneo, a Autoridade Marítima da Região Autónoma emitiu um aviso de vento forte para o arquipélago até às 18h00.O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, visitou durante a noite o posto de comando, referindo que deverão chegar também equipas dos Açores para reforçarem o combate ao incêndio.

Cerca das 22h00 de sábado, as chamas eram combatidas por mais de uma centena de operacionais da totalidade das corporações de bombeiros madeirenses, apoiados por 37 veículos.
Em conferência de imprensa, no Funchal, o secretário regional de Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, adiantou que, a somar a 108 bombeiros, foram destacados para o terreno 21 elementos do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, quatro elementos da GNR e oito viaturas, bem como 11 agentes da PSP com outras oito viaturas.
“Críticas são feitas por razões demagógicas”
Também no sábado o líder do PS da Madeira veio acusar o Governo Regional de ter tardado no pedido de ajuda ao Governo da república. Paulo Cafôfo advogou que situação poderia estar agora mais controlada.
Perante as críticas do maior partido da oposição insular, Miguel Albuquerque afirmou ter acertado na sexta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o envio de meios da Proteção Civil do continente para a Região Autónoma.Citada pela agência Lusa, na noite de sexta-feira, gonte do Governo Regional da Madeira adiantara que o Governo da República havia disponibilizado apoio, algo que o Executivo madeirense considerou não ser necessário.


Pelas 13h00 de sábado, o secretário regional da Proteção Civil reiterava, em declarações aos jornalistas, não ser necessária a ajuda do continente, sublinhando que a Região Autónoma não tinha ainda esgotado a capacidade operacional. Mais tarde, a Proteção Civil Regional anunciava que a Madeira iria receber elementos da Força Operacional Conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Para o presidente do Governo Regional, que interrompeu as férias, as críticas surgem de “falhados políticos que se aproveitam desta situação” e “são feitas por razões demagógicas”.
“Nós, neste momento, temos todas as forças no terreno, temos os homens, todos os veículos e a tecnologia adequada”, quis frisar Albuquerque.

c/ Lusa
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