Comandante das Operações Especiais defende plano nacional que envolva militares e forças de segurança
Lisboa, 29 Mai (Lusa) - O comandante do Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), Coronel Martins Pereira, defendeu hoje a criação de um plano nacional de combate ao terrorismo que envolva as forças armadas e de segurança.
"A criação de um plano nacional é um caminho que deve ser seguido", disse à agência Lusa o comandante do CTOE, sedeado em Lamego, e que hoje participou na conferência internacional "Terrorismo: Ameaça ou Exagero?", organizada pela revista Sábado.
Segundo o responsável, o plano identificaria as ameaças, os riscos e o grau de intervenção de cada força, além de facilitar a intervenção no combate ao terrorismo.
Martins Pereira adiantou que há "um conjunto de passos que devem ser tomados", apesar de a Lei de Segurança Interna, que se encontra em discussão na Assembleia da República, já prever uma actuação das forças armadas em caso de ameaça terrorista, embora não especifique o tipo de acção a desenvolver.
"Ao nível das duas forças existe uma boa ligação e um conhecimento mútuo, faltando um plano nacional que clarifique as estruturas", afirmou, acrescentando que em caso de ameaça terrorista "a utilização do apoio militar aparece como última solução".
No entanto, o comandante do CTOE sublinhou que "há áreas especificas que as forças de segurança não dispõem como a luta biológica, quimica e nuclear". Segundo o responsável, as forças armadas têm essas capacidades, que devem ser utilizadas.
O plano nacional de combate ao terrorismo deveria ser, segundo Martins Pereira, idêntico ao modelo utilizado na protecção civil, onde existe uma estrutura em rede que actua em caso de necessidade e coloca em prontidão os meios disponíveis.
"No âmbito da Protecção Civil houve uma evolução forte" desde que está a funcionar este modelo, acrescentou.
O CTOE - Centro de Tropas de Operações Especiais , baseado em Lamego, é uma Unidade do Exército português com a missão de instrução de tropas em guerra não convencional e contra-terrorismo.
Até 2006 era conhecido como CIOE - Centro de Instrução de Operações Especiais.
O CTOE contém o BEOE - Batalhão de Elementos de Operações Especiais, popularmente conhecido como Rangers, que executa missões como Patrulhas de Reconhecimento de Longa Distância, raids contra alvos principais, localização de centros de comando e controlo inimigos, destruição das defesas aéreas e radares inimigos e resgate de prisioneiros.