Cofundador da Altice detido. Armando Pereira aguarda primeiro interrogatório

por RTP
Lusa (arquivo)

Armando Pereira ficou detido na noite de quinta-feira, depois das buscas na sede da Altice em Lisboa, encontrando-se no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária. O cofundador da empresa deverá ser ouvido por um juiz este sábado.

O cofundador da empresa de telecomunicações foi detido por suspeitas de fraude e branqueamento de capitais. 

O procurador do Ministério Público entendeu que o cofundador da empresa deveria ser detido para ser presente ao juiz e conhecer as medidas de coação devido à possibilidade de risco de fuga para França, onde reside atualmente.

Inicialmente, previa-se que Armando Pereira fosse presente ao juiz Carlos Alexandre, no Campus de Justiça em Lisboa, esta tarde, mas o interrogatório deverá ser adiado para sábado devido à greve dos funcionários judiciais.

Altos responsáveis da Altice em Portugal foram na quinta-feira alvo de buscas. As diligências passaram pela sede da empresa, em Lisboa, e pela casa de Armando Pereira, em Vieira do Minho.

Em causa estarão suspeitas de falsificação, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada. A investigação suspeita de crime na forma como terão sido simulados negócios e ocultados proveitos na alienação de património milionário, nomeadamente imobiliário, da antiga Portugal Telecom.
Em conjunto, a Autoridade Tributária (AT) e o Ministério Público (MP) procuram documentação relacionada com a venda de imóveis que pertenciam à antiga PT, no centro de Lisboa, que estão sob suspeita neste inquérito. O MP suspeita que estes imóveis foram vendidos abaixo do preço de mercado e através de um alegado esquema, recorrendo a testas de ferro, para que o dinheiro circulasse.

Um dos negócios agora investigados envolve a venda de quatro prédios em Lisboa por 15 milhões de euros.

A Altice confirmou na quinta-feira, em comunicado, que foi uma das empresas alvo de buscas das autoridades em cumprimento do mandado do Ministério Público e garantiu estar “a prestar toda a colaboração” e disponível “para quaisquer esclarecimentos”.

De acordo com uma nota divulgada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, além das buscas na sede da empresa, foram também realizadas "várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas zonas do país”, numa ação que contou também com o apoio da PSP.

Durante a tarde desta sexta-feira será emitido um comunicado do DCIAP que irá confirmar se esta foi a única detenção durante as buscas de quinta-feira.
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