A ministra da Administração Interna garante que no terreno esteve "o maior dispositivo de incêndios alguma vez mobilizado neste país".
Nas primeiras declarações ao país, desde o início dos incêndios no domingo, Margarida Blasco revelou que o país regista 94.146 hectares de área ardida, entre os dias 14 e esta quinta-feira, 18.
A ministra começou por descrever, em detalhe, a fita do tempo, para depois revelar que, durante estes cinco dias foram registadas 1044 ignições, muitas durante a noite. No terreno estiveram desde dia 14 até agora 37.762 operacionais, houve 827 missões aéreas que correspondem a mais de sete mil descargas. Questionada pela RTP sobre se houve falhas, erros na gestão destes incêndios, após um momento de silêncio, a ministra afirmou que "no final faremos o relatório (...) se houve falhas (...) isso também tem o seu tempo".
De acordo com Margarida Blasco, o primeiro-ministro esteve sempre informado e reconheceu "a convicção que muitos destes incêndios tenham origem criminosa".
No entanto, é preciso investigar e distinguir o que é negligência ou fogo posto, por isso, está agendada para dia 23, segunda-feira às 15h30 uma reunião entre Governo, PGR, PSP, PJ e GNR. Um encontro que vai contar com a presença do primeiro-ministro, da ministra da Justiça e da própria ministra da Administração Interna para apurar as origens dos incêndios.
Quanto às críticas que lhe têm sido feitas por causa do silêncio durante estes últimos cinco dias, Margarida Blasco afirmou que "há um tempo para prevenir, agir e falar" e que não devem ser feitas intervenções "desadequadas" no teatro de operações.
Numa mensagem para as famílias afetadas, a ministra manifestou "profundo e sentido pesar", agradeceu a todos os que combatem os incêndios e reconheceu que "enfrentamos um período difícil". O agradecimento “ao nosso rico povo que tem uma resiliência inexcedível”, sublinhou a ministra.
Sobre as críticas feitas pela presidente da Câmara de Arouca, a governante esclareceu que não recebeu qualquer telefonema e que afinal a autarca tinha o número errado, o "número que lhe foi dado não era" o de Margarida Blasco.