Cinco jovens ativistas foram detidos esta tarde durante um protesto no Ministério da Economia. O ministro da Economia esteve reunido com representantes dos jovens ativistas que exigem o fim dos combustíveis fósseis e a sua demissão. À saída da reunião, António Costa e Silva disse que não se irá demitir e que cabe ao primeiro-ministro tal decisão.
Seis representantes dos ativistas climáticos que têm protagonizado manifestações em estabelecimentos de ensino de Lisboa reuniram-se esta terça-feira com o ministro da Economia.
À saída da reunião, que durou menos de 30 minutos, os jovens colaram as mãos ao chão à entrada do edifício e afirmaram que só saem "quando o ministro sair". A polícia criou uma espécie de cordão para que mais nenhum dos jovens que protestavam à porta do Ministério entrasse no edifício e deteve cinco jovens. Os cinco ativistas estão detidos na 4ª Esquadra de Lisboa, em Martim Moniz.
Em declarações aos jornalistas após o encontro com os jovens ativistas, o ministro da Economia recusou demitir-se. “De certeza que não me vou demitir. Quem tem essa palavra é o primeiro-ministro”, disse António Costa e Silva, acrescentando que António Costa "está muito tranquilo".
Costa e Silva disse ainda que os jovens ativistas não apresentaram nenhuma proposta na reunião, além do pedido de demissão.
O ministro da Economia é o principal alvo destes ativistas. Costa e Silva considera que tal deve-se ao facto de ter sido presidente da companhia petrolífera Partex, mas diz que mesmo na empresa era a favor das energias renováveis.
Ainda antes de se reunir com os representantes dos ativistas climáticos, o ministro disse compreender "muito bem" os protestos, mas tentou esclarecer algumas das críticas que têm sido apontadas pelos jovens.
Costa e Silva garantiu que não estão previstos furos de exploração de petróleo em Portugal e que o fim dos combustíveis fósseis, exigido pelos ativistas, está "absolutamente claro no plano do Governo".
Os jovens ocuparam nos últimos dias seis escolas e universidades de Lisboa em protesto contra a utilização de combustíveis fósseis. Na noite de segunda-feira, os jovens anunciaram que as ações iriam terminar, mas regressariam na próxima primavera.
Na madrugada de sábado, quatro alunos da Faculdade de Letras de Lisboa foram detidos e vão mesmo a julgamento no final do mês, depois de terem sido ouvidos pelo Ministério Público na segunda-feira.