Ciência Viva no Verão. Mais de dez mil portugueses vão levar ciência na mala de férias

por Nuno Patrício - RTP

Ir de férias com a ciência na mala parece uma proposta um pouco desajustada à tradicional escolha de Sol e mar. Mas é mesmo essa a proposta da rede de centros Ciência Viva, que está a promover, até 15 de setembro, um conjunto de iniciativas que visam revelar que a ciência também pode ser diversão, em período de descanso laboral.

Neste período de férias, a ciência volta a sair à rua um pouco por todo o país, com centenas de ações de participação gratuita organizadas por centros Ciência Viva, instituições científicas, autarquias, empresas e associações científicas.

Ações que passam, por exemplo, pela observação do Sol ou do céu noturno, a biodiversidade de sapais, florestas e estuários, conhecer a geologia que deu origem à paisagem, descer a uma mina ou visitar grandes instalações de engenharia.

Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, explicou à RTP que “ir de férias significa descontração, ter o espírito de curiosidade muito aberto e levar ciência na bagagem é isso mesmo”.

Criada em 1997 com o intuito de aproximar o público da ciência, a Ciência Viva no Verão é um dos programas de divulgação científica mais aguardados da época.
Este ano as inscrições nas ações do Ciência Viva no Verão não param de chegar e os números falam por si.

De acordo com a Ciência Viva no Verão, no primeiro segundo do dia em que abriram as inscrições, 356 pessoas fizeram o registo. Ao minuto dois contava-se já 500, ao minuto dez as inscrições ultrapassavam as 1.500 e ao atingir a primeira meia-hora eram mais de 3.100 aqueles que já tinham escolhido levar a ciência na mala de férias.

“Nós já temos, podemos dizer, um grupo de fãs, muitos milhares, que esperam por esta altura para se inscreverem na ações”, refere Rosalia Vargas.

Desde o início desta iniciativa (15 de julho), estas ações contam com mais de dez mil inscrições. Mas ainda há atividades abertas que não precisam de inscrição prévia, “principalmente as de astronomia”.

Um exemplo é a atividade “À descoberta do céu do Côa”, no Museu do Côa, em Longroiva, Mêda, Guarda, onde o astrónomo José Matos será o guia. Aqui os participantes são desafiados a descrever o que veem quando olham para o céu.


Uma sessão de astronomia que precorrerá o céu, as estrelas e as constelações, em que se poderá ver de mais perto alguns planetas e aLlua através de um telescópio.

Rosalia Vargas dá outras sugestões, referindo mesmo: "Quem é que quer perder, nos Açores, a espeleologia na Gruta do Carvão?"

A edição de 2022 conta com 325 ações distintas, das quais resultam 566 datas em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas.

O programa decorre até 15 de setembro e ainda há muitas ações com vagas disponíveis em cienciaviva.pt.

“Há muita maneira de olhar para as ciências (…) e vimos recentemente, na área da pandemia, como foi importante em todo o mundo os cientistas trabalharem com um objetivo comum que foram as vacinas”.
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