Foi chumbada a proposta do PS para a nova Lei de Bases da Saúde, que enquadra as parcerias público-privadas. Todos os partidos votaram contra, à exceção do PS.
Jamila Madeira, deputada do PS, relembrou que haverá mais votações até à votação final global e apelou a “todos os partidos que defendem o foco na gestão pública que se concentrem na aprovação desta nova Lei de Bases”.
“Nem todas as propostas que foram postas à votação foram aprovadas, isso faz parte da dinâmica inclusive das votações indiciárias”, explicou a deputada. “O processo legislativo continuará em sede de comissão, que terá de retificar este processo indiciário e, naturalmente, prosseguirá para o plenário para votações finais”.
O PS considera que a revogação da atual Lei de Bases levará a uma “alteração da responsabilidade do Estado em patrocinar e em investir nos privados para o seu desenvolvimento, o que é uma mudança radical”.
“Este foco na gestão pública é muito importante porque muda o discurso e o instrumento”, acrescentou Jamila Madeira.
À saída da votação, a deputada do PCP Paula Santos declarou que o seu partido foi o único a apresentar “propostas concretas para pôr fim às parcerias público-privadas e não abrir portas, como fazem as propostas do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista”.
“O PCP interveio neste processo de discussão da nova Lei de Bases da Saúde de uma forma séria, de uma forma empenhada, contribuímos com propostas concretas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde, e principalmente para que a Lei de Bases da Saúde dê resposta aos utentes”, frisou.
A deputada considerou ainda que as parcerias público-privadas “não defendem os interesses públicos” nem os “interesses dos doentes e dos utentes”.
“O Bloco já propôs uma solução para este impasse", respondeu a líder do BE. "Revoguemos a lei atual e deixemos a próxima legislatura decidir se esta porta deve ser deixada aberta aos privados. Essa é a nossa proposta para daqui a pouco, no grupo de trabalho”.
“Aprovar uma Lei de Bases que proteja o Serviço Nacional de Saúde e o acesso aos cuidados de saúde é mais importante que impor nesta lei a vontade do grupo Mello”, acrescentou.