O Chega requereu hoje o adiamento, de forma potestativa, das propostas apresentadas pelo PAN e pelo Bloco de Esquerda para audição da procuradora Geral da República, Lucília Gago, em sede de Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais.
Esta proposta foi primeiro apresentada pela deputada do PAN, Inês de Sousa Real, e pede a realização de uma reunião com Lucília Gago para "balanço relativamente à aplicação da Lei da Organização de Investigação Criminal e ao cumprimento das garantias constitucionais e legais de proteção do segredo de justiça".
O Bloco de Esquerda, que também tem defendido a necessidade de a procuradora Geral da República dar explicações no parlamento, apresentou um requerimento com o mesmo objetivo.
Em sentido contrário a esses dois partidos, na terça-feira, em declarações aos jornalistas, o presidente do Chega, André Ventura, falou em "perseguição política aos órgãos de justiça, com a conivência de parte da comunicação social", e numa operação de branqueamento do ex-primeiro-ministro António Costa".
Sobre a hipótese de Lucília Gago ser ouvida em breve no parlamento, André Ventura alegou, de forma genérica, que o Chega nunca se oporá a que alguém seja ouvido na Assembleia da República, mas, depois, deixou a seguinte pergunta: "Mas qual a razão para só se chamar ao parlamento as instituições judiciais e policiais quando os políticos são envolvidos?"
A reunião com a procuradora Geral da República em sede de Comissão de Assuntos Constitucionais, no parlamento, caso seja aprovada, ocorrerá, entre outros casos com a justiça portuguesa, na sequência da divulgação de escutas envolvendo o ex-primeiro-ministro António Costa, mas sem qualquer relevância criminal no âmbito da chamada Operação Influencer.