O sindicato do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) defendeu hoje, numa manifestação em Lisboa, a revisão do contrato coletivo de trabalho com a associação patronal e ameaçou com novas formas de luta de tal não acontecer.
"A Associação Patronal insiste na imposição de um regime de banco de horas com 150 horas de trabalho gratuitos e com uma total desvalorização das carreiras e pretende que toda a carreira dos operadores de supermercado se faça num percurso diferenciado de 30 euros", sublinhou Célia Lopes.
"Desde o momento em que entram para a empresa, ao fim de oito anos, os trabalhadores estão a receber mais 30 euros do que quando entraram. Ao fim de 40 anos estão a receber esses 30 euros a mais que a última proposta da Associação Patronal. São 855 euros, já abaixo do valor do salário mínimo nacional do próximo ano, o que é completamente inaceitável, sendo por isso que estamos hoje em luta hoje, acrescentou.
"Questionada pela Lusa sobre se ponderam endurecer as formas de luta ou convocar uma greve, Célia Costa respondeu que tudo depende do que se passar numa nova reunião do CESP ainda este mês para que, e, dezembro, haja mais uma iniciativa.
"A decisão que temos de plenário que realizamos no passado dia 07 de outubro é que, após esta luta, voltaremos a reunir para definir a continuação da luta, mas é muito provável que no mês de dezembro haja uma luta dos trabalhadores do setor", sublinhou a dirigente da CESP.
Segundo Célia Lopes, na esmagadora maioria das empresas do setor, os salários dos operadores de supermercados, que são 80% dos trabalhadores dos locais de trabalho, situam-se entre os 825 e os 870 euros.
O CESP está presente na manifestação em representação das grandes superfícies comerciais, como Continente, Auchan, Pingo Doce, Lidl, InterMarché, Super Cor (Supermercados), Dia, Mercadona, Aldi e E. Leclerc.
A jornada de luta da CESP está integrada na marcha organizada pela CGTP-IN, que conta com a presença de mais de 2.000 manifestantes, que percorreram as ruas de Lisboa entre o Cais do Sodré e a Praça dos Restauradores, onde terminará com a intervenção do secretário-geral da central sindical, Tiago Oliveira.