CDS vota a favor mas recusa "eternização do estado de emergência"

por Lusa

O CDS-PP vai voltar a votar favoravelmente a renovação do estado de emergência mas espera que o desconfinamento "não dependa da eternização do estado de emergência", que é "um mecanismo excecional que não deve ser banalizado".

Em declarações aos jornalistas no final de uma audiência por videoconferência com o Presidente da República, a porta-voz do CDS-PP anunciou que "o CDS vai votar favoravelmente este estado de emergência".

Falando na sede do partido, em Lisboa, Cecília Anacoreta Correia justificou esta posição com "o aumento do `R` [índice de transmissibilidade], estando o `R` acima de um, e tendo sido hoje anunciado que dentro de 15 dias a um mês" Portugal poderá "já ultrapassar os limiares de risco, que é os 120 casos por 100 mil habitantes".

Mas frisou que "está na hora" de "o Governo fazer um `forcing` naquilo que são as condições para que tenha sucesso este desconfinamento", nomeadamente ao nível do "reforço da testagem, o reforço do controlo fronteiriço e monitorização das novas estirpes e a vacinação".

"Tivemos a boa notícia de que o plano de vacinação está a ter um impacto muito positivo nas pessoas acima dos 60 anos em termos de imunidade, e é o universo que mais necessita de UCI [Unidades de Cuidados Intensivos] e de hospitalizações e isso permite-nos ter esperança num desconfinamento que não dependa da eternização do estado de emergência porque o CDS entende que é um mecanismo excecional que não deve ser banalizado", destacou igualmente a dirigente.?

A porta-voz do CDS-PP defendeu ainda que "o sucesso do desconfinamento face ao aumento do `R` e a intensidade dos contactos sociais" depende "essencialmente de o Governo fazer o seu trabalho de casa".

Sobre o plano de vacinação, Cecília Anacoreta Correia indicou que o Presidente da República disse hoje que "em três meses e meio deveria já hoje estar num estado bem mais avançado do que aquele em que se encontra".

Segundo a democrata-cristã, na audiência Marcelo Rebelo de Sousa não indicou se este poderá ser o último estado de emergência a ser decretado, tendo-se pronunciado "apenas sobre as suas preocupações" e ouvido "o que o CDS tinha para dizer".

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