Cavalos param trânsito para chegar ao picadeiro. Uma manhã na escola que enaltece a arte equestre

por Gonçalo Costa Martins - Antena 1

Fotos: Gonçalo Costa Martins - Antena 1

A elevação da arte equestre portuguesa a património imaterial da humanidade orgulha o setor, que está focado em manter e transmitir as tradições.

Quem entra na Escola Portuguesa de Arte Equestre, em Lisboa, parece que viaja no tempo: os cavaleiros vestem casacas e coletes de cor bordeaux (cor de vinho tinto) e os cavalos usam acessórios inspirados no passado.

Todos estes elementos remontam ao século XVIII, altura em que surgiu a Real Picaria, legado que continua nesta escola e que foi homenageado com a classificação da UNESCO.

Depois das 8 horas, os cavalos saem das boxes e são cuidados, enquanto os cavaleiros se preparam para levá-los ao picadeiro de aquecimento ou ao picadeiro principal, do outro lado da estrada da Calçada da Ajuda.

O cavalo lusitano Jiripiti e o seu cavaleiro saem, vão pelo passeio e atravessam a passadeira até chegar ao espaço com o piso coberto de areia.

E por aí andam a trote e a galope, fazem vários exercícios que testam a destreza dos cavalos, enquanto no centro estão dois pilões - dois postes com bandeiras.

No picadeiro com o nome Henrique Calado, são feitos espetáculos onde se juntam mais de 280 pessoas nos lugares sentados. O Mestre Picador Chefe João Pedro Rodrigues sublinha que estas tradições continuam se houver quem as conheça.

"Há que mantê-la e então temos de organizar algo de formação em que as pessoas possam aprender ou integrar-se mais do que se pratica", explica, apontando como exemplos que este ano já tiveram três workshops e que no próximo ano vão prosseguir com mais quatro.
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