A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou esta terça-feira a existência de um caso importado de sarampo num homem de 54 anos, não residente em Portugal e sem ligação aos dois casos registados na região de Lisboa há poucos dias.
De acordo com o comunicado da DGS, este novo caso foi detetado na região Norte do país, sendo que o homem não tem indicação de estar vacinado contra a doença.
O indivíduo "está clinicamente bem e já não se encontra em período de infecciosidade", garante a DGS.
A evolução deste caso está a ser acompanhada no âmbito do Programa Nacional da Eliminação do Sarampo, que assenta sobretudo na confirmação dos casos suspeitos e rastreio de contactos associados.
Casos de sarampo na Europa crescem em 30%
A Organização Mundial de Saúde anunciou esta terça-feira que os casos de sarampo entre janeiro e outubro de 2023 cresceram em mais de 30 por cento em relação ao ano de 2022.
Alguns dos territórios destes países estendem-se à Ásia Central pelo que a Rússia e o Cazaquistão registaram mais de 10 mil casos cada. Na Europa Ocidental, o Reino Unido foi o país com mais casos, cerca de 183.
Estes números superam em muito os números do ano de 2022 em que foram notificados apenas 941 casos por toda a Europa. O sarampo já havia sido considerado como uma doença erradicada, mas as falhas na vacinação tem levado a um crescimento de casos.
“Temos visto no continente não só um crescimento em 30 por cento dos casos de sarampo, como também registámos mais de 21 mil hospitalizações e cinco mortes relacionadas com o sarampo. Isto é preocupante”, afirmou Hans Kluge.
Apesar de controlado na Europa, o sarampo ressurgiu, especialmente devido ao contexto de pandemia de covid-19. O número de inoculações caiu e esta é uma doença altamente contagiosa que se propaga por ar.
“A pandemia de covid-19 teve um impacto significativo no desempenho do sistema de vacinação durante este período, levando a um aumento de crianças não vacinadas ou vacinas de forma insuficiente” continuou a explicar a OMS que pede uma campanha maior de vacinação na Europa.
A Organização revelou estimar que mais de 1,8 milhões de crianças não tenham sido vacinadas entre 2020 e 2022.