Caso gémeas. Chega vai enviar relatório rejeitado para o Ministério Público

por RTP
Foto: João Marques - RTP

André Ventura anunciou esta quarta-feira que o Chega vai enviar o relatório preliminar elaborado pela deputada Cristina Rodrigues para o Ministério Público. O documento foi chumbado pela comissão de inquérito.

As conclusões preliminares serão enviadas "para a Procuradoria-Geral da República para o acervo documental que já consta do processo das gémeas, que, como se sabe, está em investigação".

"O Ministério Público, melhor que ninguém, terá agora condições de ver se aquilo que foi concluído pelo Chega faz ou não sentido, face àquilo que foi, no fim, acordado entre os partidos, como uma forma clara de comércio político na Assembleia da República
", afirmou aos jornalistas.
O inquérito versou o caso de duas crianças luso-brasileiras que receberam o Zolgensma, um dos medicamentos mais caros do mundo, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Na terça-feira, a comissão de inquérito aprovou um conjunto de conclusões finais que apontam para uma "intervenção especial" sem ilegalidade por parte da Casa Civil do presidente da República.

Essas conclusões tiveram por base uma proposta do PSD e CDS-PP e apontam ainda para uma intervenção por parte do antigo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, para assegurar a marcação da primeira consulta para as gémeas luso-brasileiras.

Antes, a comissão parlamentar de inquérito tinha chumbado o relatório elaborado por Cristina Rodrigues, do Chega, onde se apontava para uma situação de “abuso de poder” por parte do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Todos os partidos, à exceção do Chega, rejeitaram o documento.

André Ventura insistiu esta quarta-feira que o chumbo da versão da deputada relatora corresponde a um “branqueamento” de responsáveis políticos e uma “troca de favores” para “limpar a face dos responsáveis evidentes e incontornáveis”.

Aponta mesmo que o "PS trocou a salvação de Lacerda Sales pela do PSD de Marcelo Rebelo de Sousa".

Dissolvido o Parlamento, o documento será agora debatido em comissão permanente, um órgão com menos deputados que o plenário e com poderes limitados.

c/ Lusa
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