Já começou a contagem decrescente para a final da 9ª edição do CanSat Portugal 2022. Trata-se de um torneio-projeto educativo do ESERO Portugal, organizado pela Ciência Viva e pela Agência Espacial Europeia (ESA), que desafia alunos do ensino secundário de todo o país a projetar e construir um modelo funcional de um micro-satélite (CanSat). Os sistemas de base (antena, bateria e sensores) terão de estar integrados num volume equivalente ao de uma lata de refrigerante.
Este ano, o palco da nona edição é Ponte de Sor, onde as diferentes equipas, constituídas por quatro a seis elementos, são desafiadas a criar um projeto espacial de pequena escala.
Após o lançamento e durante a descida, o CanSat deve executar uma missão científica, comunicar os dados a um computador no solo e aterrar de forma segura. A missão inclui a análise dos dados recolhidos.
A equipa vencedora, entre as 15 a concurso, representará Portugal na final internacional. Aos estudantes é dada a oportunidade de adquirir experiência prática num projeto espacial de pequena escala.
A edição de 2022 conta com a participação de duas equipas do ensino básico, cujos projetos se destacaram no CanSat Júnior.
Construir um satélite é desafiante, mas construir um satélite do tamanho de uma normal lata de refrigerante é um desafio ainda mais intenso.
Mas porquê construir uma coisa tão pequena? A resposta é simples: peso e tamanho.
Tudo o que é enviado para o Espaço tem de cumprir vários requistos; ser funcional e duradouro, dada a impossibilidade de reparação; ser leve, pois cada grama a mais torna mais caros os lançamentos; não menos importante é o tamanho, que tem também implicações no custo nos lançamentos.
Tudo o que é enviado para o Espaço tem de cumprir vários requistos; ser funcional e duradouro, dada a impossibilidade de reparação; ser leve, pois cada grama a mais torna mais caros os lançamentos; não menos importante é o tamanho, que tem também implicações no custo nos lançamentos.
Créditos: ESERO Portugal
A Equipa do ESERO PT prepara os materiais do Kit CanSat Portugal para enviar às 15 equipas finalistas. Créditos: Francisco Lima.
Uma lata com “um líquido” muito eletrónico e funcional
Quando olhamos para uma lata de refrigerante, apenas a vemos como uma embalagem capaz de conter um líquido. Mas é respeitando os limites deste pequeno espaço que os participantes deste projeto têm de construir, embalar e lançar. Em suma, conseguir que o micro-satélite seja funcional e cada CanSat tem de ser capaz de sobreviver a um lançamento.
O lançamento pode ser feito através de um pequeno foguetão, podendo chegar a uma altitude de um quilómetro, ou através de um avião, drone ou balão.
Lançamentos na final do CanSat Portugal em 2021. Crédito: Tiago Leão.
Após o lançamento e durante a descida, o CanSat deve executar uma missão científica, comunicar os dados a um computador no solo e aterrar de forma segura.
Com esta competição, os estudantes têm a oportunidade de passar por todos os estágios de um projeto especial real: escolher os objetivos da missão, projetar o CanSat, integrar todos os componentes, testar o sistema, preparar o lançamento e analisar os dados científicos obtidos.
Missões (especiais) CanSatNesta iniciativa promovida pelo ESERO Portugal, cada equipa deve criar um projeto científico para o respetivo CanSat que integre duas missões e objetivos obrigatórios:
Missão Primária
- Medição da pressão atmosférica;
- Transmissão por telemetria dos parâmetros medidos para a estação terrestre, pelo menos uma vez por segundo.
Missão Secundária
A missão secundária do CanSat será definida pela equipa. Deverá evidenciar as capacidades do CanSat e poderá ser baseada em missões reais de satélites ou numa demonstração da tecnologia existente no micro-satélite.
Equipa em terra com as antenas, durante a final de 2019. Crédito: Pepe Brix.
Os valores medidos deverão ser posteriormente analisados, por exemplo calculando a altitude de voo, e organizados em gráficos para apresentação ao júri.
O júri que avaliará os projetos será composto por Ricardo Conde (presidente da Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space), Rui Agostinho (professor auxiliar do departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço), Eduardo Ferreira (vice-presidente da Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space e chefe de Divisão da Manutenção da NAV), Agostinho Fonseca (professor do Instituto Superior Técnico), Duarte Cota (coordenador do Núcleo de Programação e Robótica da Escola de Novas Tecnologias dos Açores – ENTA – e vencedor, enquanto professor, da final internacional do CanSat) e Ana Noronha (diretora executiva da Ciência Viva).
O ESERO Portugal organiza desde 2014 esta competição a nível nacional, na qual são selecionadas 15 equipas para a prova final. A equipa vencedora fica qualificada para competir no CanSat Internacional, organizado pela ESA - Agência Espacial Europeia.
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